Com o avanço da corrupção e o Brasil liderando a maior roubalheira já vista em toda a história da humanidade, herança do (des)governo dos últimos gestores, conforme operação Lava Jato, vemos nosso Estado com unidades hospitalares agonizando, com a falta de médicos, medicamentos, equipamentos de laboratórios, ambulâncias e leitos para internações. Médicos realizando partos com avental de saco de lixo, outros fazendo plantões de até 60 horas, máscara de oxigênio com garrafa PET e muitas vezes comprando remédios com dinheiro do seu próprio bolso para os pacientes.
É bom que se diga que não faltam só médicos plantonistas em muitos serviços de urgência/emergência. Faltam também enfermeiros, técnicos de enfermagem, bioquímicos, dentistas, psicólogos e assistentes sociais. O governo mantém a precarização dos contratos que se renovam mensalmente ou trimestralmente, sem nenhum direito trabalhista e à margem das leis vigentes do país. Os aprovados em concurso não são chamados, e o Estado perde muitos profissionais formados que são impelidos a procurar emprego em outros Estados.
Recentemente, em visita a uma unidade de saúde, soube que uma turma de medicina formada pela Ufac, de 35 novos médicos, apenas 3 ainda estavam tentando permanecer no Acre. Por que está ocorrendo essa evasão? Faltam incentivos, os que são aprovados em concurso não são nomeados e, em alguns casos, a Sesacre os contrata de forma provisória não levando em conta sua aprovação em concurso.
O serviço público precisa de servidores contratados por meio de concurso público efetivo, estabilidade necessária para garantir o comprometimento que a população acreana precisa. No caso do médico, os diretores do Sindmed-AC defendem um plano de carreira capaz de incentivar a permanência do profissional no Estado, atraindo novos especialistas para oferecer todos os serviços de saúde.
Com uma política de saúde equivocada, vemos o desmonte de serviços essenciais tanto na capital como em municípios do interior que estão funcionando a ferro e fogo, com o heroísmo de abnegados médicos que muitas vezes cumprem penosas jornadas de trabalho para manter o atendimento da população carente que recorre ao serviço público. O ralo da corrupção, que subtrai em torno de 200 bilhões de reais por ano, também é responsável por cenário tão desolador na saúde do nosso Estado e no País.
Ribamar Costa
Presidente do Sindmed-AC