O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) vem lutando para a melhoria do atendimento móvel no Estado. A entrega de 61 ambulâncias para renovar a frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo presidente Michel Temer, no início deste ano, em Esteio, no Rio Grande do Sul, atende a uma demanda antiga do Sindicato e da população, no entanto, os problemas não param por aí. A falta de médicos e a insegurança são recorrentes.
O Sindicato constatou, em vistorias, que uma das principais dificuldades enfrentadas pelo SAMU é a falta de profissionais. “A questão principal é o pequeno número de médicos para a grande demanda, pois a remuneração oferecida aos profissionais do SAMU não é atrativa. O governo estadual precisa encontrar uma solução porque há um ano o SAMU sofre com isso”, destacou a diretora do Simers Clarissa Bassin.
A norma que regulamenta o SAMU indica que deveriam ter 70 médicos para realizar o trabalho de regulação, mas o Estado conta com menos da metade desse número. Muitos ainda se exoneraram por causa das condições de trabalho ruins.
Porém, os problemas não param por aí. O panorama caótico da saúde pública se tornou tão abrangente que acabou gerando uma cultura de acionar o SAMU para buscar atendimentos que deveriam ser encontrados em outros serviços. Na dificuldade de agendar consultas, os pacientes recorrem ao atendimento móvel.
A falta de leitos constatada pela entidade médica nos grandes hospitais de Porto Alegre também contribui para que o sistema seja ainda mais precário. Nesses casos, a indicação é que o paciente procure ajuda na unidade de saúde mais próxima, entretanto essas saídas muitas vezes acabam não se tornando tarefa fácil. A mesma situação ocorre quando hospitais do interior não têm equipamentos para tratar um caso mais grave como infarto, por exemplo, enviam o paciente para a Capital, mas não tem leito vago.
Com relação às ambulâncias, todas as 61 cidades contempladas pela entrega das viaturas fizeram parte da campanha Desejos Para a Saúde, promovida pelo Simers, que captou os maiores anseios dos gaúchos, de todos os municípios, para o setor. Conforme o relatório da campanha, o aumento do número de ambulâncias ficou entre um dos principais pedidos da população do Estado com 1,47% dos votos. A reposição das ambulâncias retrata mais uma vitória do Simers em prol do trabalho dos médicos e a melhoria no atendimento a sociedade.
Violência na saúde também preocupa
A violência também é outro problema recorrente. O Sindicato trabalha sempre para que haja mais segurança para os profissionais médicos e pacientes, cobrando do poder público medidas concretas para garantir a segurança dos postos e hospitais.
Apenas nos primeiros 16 dias de 2017 várias ocorrências foram registradas envolvendo unidades de saúde e profissionais da área médica. Nos primeiros dias de 2017, uma ambulância do SAMU foi abordada, em Porto Alegre, por homens armados que ordenaram os médicos a levarem um menino morto – por suposto confronto entre facções – ao hospital. Outros dois casos de violência também foram registrados apenas no início deste ano, segundo levantamento do Simers.
Somando 2015 e ano passado, conforme levantamento do próprio Sindicato, foram 29 casos de violência apenas na Capital. Desses, 11 foram situações à mão armada.
Fonte: Simers