A remuneração médica sofreu queda se comparada com anos atrás, no entanto, não foi suficiente para que os jovens optassem por outras profissões. Segundo dados divulgados pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), o curso de Medicina ainda é o mais concorrido entre os vestibulandos. A densidade, que é o número de concorrentes por vaga, diminuiu se comparado com 2015, mas permanece no topo da lista. No ano passado, foram 79 candidatos para cada vaga, ante os atuais 74.
Henrique Scherer, 18 anos, é morador de Novo Hamburgo e estuda em um curso pré-vestibular para Medicina, em Porto Alegre. O estudante conta que a motivação para cursar Medicina veio do fato de gostar das áreas envolvidas, especialmente biologia e química. Scherer relata que pensou em optar pela Engenharia, mas a matemática o afastou do curso. Também cogitou seguir no Direito, mas logo foi demovido da ideia.
“Eu gostava das áreas da saúde e decidi pelo curso de Medicina. Neste caso, não pesou o prestígio ou a questão financeira, mas o caráter social e de poder ajudar quem precisa. Acompanho o trabalho dos Médicos Sem Fronteira e é realizador, uma prática que gostaria de seguir”, contou Scherer.
Gabriela Salzano, 18 anos, tem uma realidade diferente. Neta e filha de médicos, Gabriela cresceu dentro desse ambiente. “Tenho um histórico de pessoas que me inspiraram e se tornaram meu maior espelho. Isso faz diferença. O financeiro é o que menos interfere. Em uma cidade pequena a gente percebe como a vida das pessoas são mudadas por meio da Medicina”, disse Gabriela, natural de Cachoeira do Sul.
Ela perdeu uma tia com câncer e se sentiu impotente diante do ocorrido, foi quando teve a certeza absoluta do que queria. “Tinha que encontrar um meio de melhorar essa situação. Não falo em descobrir a cura para o câncer, mas de poder interferir de em alguma forma para que o paciente tenha uma batalha menos dolorosa”.
Fonte: Simers