A Secretaria Estadual da Saúde (SES) suspendeu temporariamente a publicação de edital para o concurso público interno do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O comunicado foi feito ao Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) na quinta-feira, 12 de janeiro, durante reunião na SES.
A secretaria apresentou plano que suspende por um prazo de até 30 dias o edital do processo seletivo, demanda antiga do Sindicato. A SES informou ainda que os secretários estadual e municipal da saúde discutirão a questão em um grupo de estudo que visa atender as reivindicações do Sindicato, incluindo uma proposta de unificar as plataformas digitais do SAMU.
O Simers vai oficiar a SES em busca da publicação do edital interno e para que o estudo entre as secretarias contemple o número de médicos adequado a fim de atender a quantidade de chamados em menor tempo. A entidade médica também agendará reunião com a gestão do SAMU Estadual.
Atualmente, são 37 médicos trabalhando na central de regulação. O número é bem abaixo dos 70 profissionais previstos na norma que regulamenta o SAMU para realizar os atendimentos, causando dificuldades na escala de trabalho. São poucos reguladores para atender uma população de 7 milhões de pessoas, gerando um aumento no tempo de espera dos pacientes. Com isso, o Simers também reivindica a diminuição de cidades atendidas pela central estadual, pois alguns municípios do interior que possuem o serviço próprio, como Caxias do Sul e Pelotas, poderiam atender outras localidades da região. A secretaria afirmou que essa questão também está em negociação.
A diretora do Simers Clarissa Bassin salienta que a entidade médica apoiará propostas que visem melhorar o atendimento e a eficiência do serviço do médico regulador, porém as medidas precisam ser feitas o quanto antes. “A suspensão temporária do edital não será um problema se realmente vier uma proposta melhor em breve. Tudo que facilite a informação dos pacientes e médicos, como na integração das plataformas digitais, estaremos de acordo, porém são medidas urgentes e vamos cobrar caso não aconteçam”, salienta Clarissa. Só ano passado, cerca de 40 médicos pediram demissão por conta de falta de condições de trabalho.
Entenda o caso:
O SAMU Estadual sofre com um número menor de profissionais exigido por lei, conforme a portaria nº 1010/2012, para realizar o trabalho de enviar socorro de emergência, prejudicando os atendimentos. Em diversas ocasiões apenas três médicos atenderam dezenas de chamadas por minuto. Situação que resultou no afastamento de muitos profissionais por conta de estresse.
Após assembleias realizadas no Sindicato e reuniões com a equipe do governo estadual e a gestão do SAMU, a solução encontrada para recomposição das vagas em aberto foi a abertura de um processo seletivo interno. Desde a metade do ano passado a entidade negocia com SES a elaboração de edital para atender as reivindicações da categoria.
Fonte: Simers