Um grupo de funcionários do Pronto Socorro dos Acidentados (PSA), na avenida Desembargador Moreira, paralisaram as atividades na manhã desta quarta-feira, 25, em protesto contra o atraso de salários. A unidade possui convênio com a Prefeitura de Fortaleza para a realização de cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com o ato, 16 procedimentos traumatológicos marcados para esta manhã foram suspensos.
Os funcionários relatam atrasos dos salários de novembro, dezembro e janeiro, de acordo com o Sindsaúde. A falta de pagamento atinge enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de administração e até trabalhadores de serviços gerais.
“Os trabalhadores estão cansados de esperar, e a administração não dá nenhuma satisfação. Nós queremos trabalhar, mas que paguem pelo menos os meses de novembro e dezembro“, afirma Sebastião Carlos, diretor do Sindsaúde e auxiliar administrativo do PSA há 26 anos.
O sindicato estima que cerca de 160 profissionais são prejudicados com o atraso no PSA, em que uma média de 25 cirurgias é realizada. “Aqui é uma unidade especialista em trauma. O convênio serve para desafogar o Instituto Doutor José Frota (IJF), então são pacientes que também serão prejudicados“, frisa Sebastião.
Há relatos de funcionários que foram despejados por falta de pagamento de aluguel, além do corte de energia nas casas dos trabalhadores. “Nem dinheiro das férias saiu. Eu entrei de férias em dezembro e fiquei dentro de casa sem nem poder visitar minha mãe porque eu não tinha dinheiro para passagem de ônibus“,diz a técnica de enfermagem Neida Melo, 50.
Neida, que completará 17 anos de serviço no PSA neste ano, critica os atrasos. “É um desrespeito humano, eles são ricos e não pensam na população trabalhadora. Essa situação precisa ser exposta para a sociedade. Se não tem dinheiro para pagar as conta, a gente precisa parar“, completa.
A paralisação deve permanecer durante todo o dia, ainda conforme o Sindsaúde, que programa uma assembleia para a manhã desta quinta-feira, 26. Na reunião, os funcionários deverão votar pela deflagração da greve, caso não haja resposta da administração do hospital ou Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A SMS informou que os repasses para o PSA estão regulares. As ligações para a direção do hospital ainda não foram atendidas.
Fonte: O Povo