O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) denunciará ao Ministério Público Federal (MPF) a direção do Hospital Regional de Feijó. O motivo é o constante sumiço da gerente, a falta de ultrassonografia, a falta de medicamentos, de lençóis e a falta de seringas.
Segundo o presidente do Sindmed-AC, Ribamar Costa, a situação se agravou ainda mais porque faltam médicos e a escala é fechada com dois profissionais por dia, sendo que em alguns dias a unidade chega a ficar com apenas um profissional e um segundo apenas de sobre aviso. A situação que ainda será comunicada ao Conselho Regional de Medicina (CRM) conta ainda com testemunhos de trabalhadores que narram a falta dos dirigentes do hospital que ficam dias sem aparecer.
“A situação de Feijó é crítica e lembra o caso de Brasileia, o que pode ser interpretado como caso de uma interdição ética. A situação é sofrível e compromete a saúde da população que utiliza o hospital. A única ambulância está em péssimas condições, segundo os servidores, o que pode resultar em um acidente”, afirmou o sindicalista.
Os funcionários do hospital informaram até que uma mulher que havia sofrido aborto espontâneo acabou ficando quatro dias à espera de transporte para Tarauacá, do dia 28 de dezembro até o dia 1º de janeiro. O motivo foi à ausência da gerência para autorizar o deslocamento. A demora pode resultar no agravamento das condições de saúde da paciente que necessitou retirar os restos do aborto.
Trabalhadores ainda acusam a falta da gestora, que desaparece em alguns dias da semana e, com o sumiço, o próprio serviço de lavanderia para por falta de fiscalização, com isso o hospital já chegou a ficar até três dias sem lençóis limpos.
Recentemente, a administradora da unidade chegou a mudar o repouso médico de lugar, colocando os profissionais em local insalubre, com infiltração, com um odor de esgoto muito forte.
“A gestão parece estar desdenhando dos profissionais. O médico precisa de condições dignas para o atendimento, não passando por condições que lembram as antigas senzalas, porque o médico chega a ficar de plantão por 24 horas e ele precisa de um local de descanso para garantir que esteja disposto no momento de atender um paciente”, disse Ribamar Costa.
Para o presidente do Sindmed-AC, a falta de gestão resultou em outros problemas funcionais como a mudança da sala de ultrassonografia para um local de muita claridade, o que impossibilita o exame, alteração que resultou na queima do nobreak que é utilizado na máquina. A sala de curativos está com o ar-condicionado quebrado e a ventilação é feita por uma janela aberta, o que aumenta as possibilidades de contaminação e o ambiente ainda possui infiltração.
“Vamos encaminhar todos os problemas aos órgãos competentes e pedir a punição dos responsáveis, porque a situação apenas se agravou”, finalizou o sindicalista.
Fonte: Sindmed-AC