Com mais de 400 casos de malária, a cidade de Rodrigues Alves, no interior do Acre, decretou estado de emergência para conseguir contratar pessoal para o combate da doença. Segundo a Secretaria de Saúde da cidade, não já nenhum agente de endemias contratado para fazer a busca ativa da doença.
O site de notícias G1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) por meio da assessoria e foi informado que o estado se comprometeu em ajudar o município no combate à malária.
A prefeitura decretou estado de emergência no último dia 16 para conseguir contratar funcionários para combater a doença.
A prefeitura justifica o decreto de emergência alegando que o município já ultrapassou o limite de gastos com pessoal, que é de 54% da arrecadação, estando atualmente com 63% dos recursos comprometidos com pessoal. Uma comissão composta pela Câmara de vereadores, Secretaria Municipal de Saúde e Gerência de Endemias esteve na capital em busca de apoio para as ações de combate a doença.
O gerente de Endemias na cidade, Raimundo Pinheiro, informou que o Estado se comprometeu a ajudar com insumos. “O Estado vai fazer a manutenção de dois veículos e cinco motos que estão parados, doar 600 litros de gasolina e 400 litros de diesel por mês e pagar o aluguel do prédio onde funciona a sede do setor de Endemias. Cabe ao município contratar pelo menos 20 pessoas para darmos início ao trabalho de combate à doença”, explica.
O secretário municipal de Saúde, Demétrio Livas, diz que nesta terça-feira, 24 de janeiro, haverá uma reunião com as demais secretarias. “Haverá uma reunião com as demais secretarias para que as pessoas que estão sendo contratadas possam entrar em campo para combater o acréscimo da malária. Vamos fazer um mutirão para tentar brecar essa situação que está ficando alarmante em nossa cidade”, diz.
Livas destaca ainda que a população deve fazer sua parte ao receber bem os agentes de endemias e também contribuir para o combate ao mosquito transmissor da malária.
“Vamos iniciar uma ofensiva contra o mosquito transmissor já na quarta-feira, 25. Pedimos às pessoas que recebam bem os agentes e colaborem para que as ações tenham êxito e consigamos reverter essa situação. Aquelas que estão infectadas que façam o tratamento completo para que não sejam fonte de transmissão”, finaliza.
Mâncio Lima tem mais de 600 casos
Nos 23 primeiros dias de 2017, a cidade de Mâncio Lima já registra 603 casos de malária. Em 2016, no mesmo período, os casos eram de 510. Os dados foram divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde e, segundo a secretária da pasta, Irlene Bandeira, ações preventivas estão sendo feitas para inibir novos casos. A gestão descarta decretar estado de emergência por enquanto.
Medicamentos
Após sofrer mais de dois meses com a falta de medicamento para tratar a malária, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima receberam 60 mil comprimidos de primaquina, medicação usada para tratar a doença, no início de janeiro.
A segunda maior cidade do estado recebeu 30 mil doses, já Rodrigues Alves e Mâncio Lima receberam 15 mil cada uma. Durante o período que faltou o medicamento, os pacientes estavam sendo tratados apenas com cloroquina.
Fonte: G1