Tanto homens quanto mulheres têm dedicado uma atenção especial à retirada dos pelos do corpo, procedimento que requer cuidados quando o assunto é fotodepilação.
Para não precisar retirar os pelos indesejados todo o mês, ou semana, ou dia, com pinça ou cera – que costumam ser doloridos – as pessoas estão aderindo a práticas “milagrosas” utilizando novas tecnologias, como é o caso da depilação por equipamentos que emitem luz: laser e luz intensa pulsada. E a primeira impressão que é dada ao cliente é de ser inofensiva e indolor.
Antes de ser feito este procedimento, é imprescindível uma boa avaliação do cliente, como histórico de doenças próprias ou de familiares, uso de medicamentos, análise do tipo de pele e pelo como cor e espessura, caso contrário, a pessoa poderá sofrer complicações e inclusive queimaduras.
Foi o caso da enfermeira Ana, 36 anos, que comprou um pacote com 10 sessões de uma estética em Porto Alegre. O laser seria aplicado em quatro partes do corpo por um valor de R$ 4.040,00, mas bastou a primeira sessão para que Ana desistisse de voltar. Um dia após o procedimento, ela notou o aparecimento de pequenas manchas vermelhas na região da canela. Ligou para empresa onde lhe falaram que seria uma alergia, e a profissional que aplicou o laser, que não era médica, recomendou dois medicamentos antialérgicos e uma pomada com corticoide. “Depois que liguei explicando o que havia acontecido, eles pediram que eu enviasse uma foto, foi então que me indicaram a medicação para alergia”, declarou Ana.
Ana acrescentou que o resultado ficou longe do esperado. Ao consultar com sua dermatologista, dois dias após o procedimento, foi diagnosticada com queimadura de 1° grau, que segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica trata-se de uma queimadura leve em que ocorre vermelhidão no local, seguida de inchaço e dor variável. Não há formação de bolhas, a pele não se desprende, não surgem cicatrizes, mas a pele pode ficar um pouco escura no início, o que desaparece com o tempo.
Queimadura de 2° grau
O caso de Ana se trata de depilação utilizando laser, diferente da tecnologia utilizada pelo André, morador de Capão da Canoa. Ele queria eliminar os pelos da barba e peito, quando na terceira sessão teve queimaduras no rosto e no corpo ao aderir à depilação com a Luz Intensa Pulsada, e ficou com manchas que exibiam o perfil da ponteira de aplicação da radiação luminosa. No estabelecimento também não havia médico que se responsabilizasse pelo procedimento, como no caso de Ana. Com o André, a gravidade foi maior: queimaduras de 2° grau. Na terceira aplicação de luz, passou a ter muita ardência, e apareceram bolhas. Voltou ao estabelecimento procurando um atendimento médico para obter um diagnóstico. Conforme André, a jovem que fizera o procedimento, e que tinha escolaridade de 2º grau, informou que não tinham médico e que deveria procurar um serviço médico por conta própria.
Ato Médico
A legislação não define quais são os profissionais aptos a realizar o procedimento de fotodepilação, no entanto, segundo o parecer CRM/MS N° 17/2015 do Ato Médico, “A Luz Intensa Pulsada e o Laser são aparelhos de uso médico e o profissional habilitado é o médico, pois cabe a ele a avaliação clínica, o diagnóstico, a indicação correta do seu uso e o tratamento de possíveis complicações”.
Os métodos da Fotodepilação:
Luz Intensa Pulsada (LIP)
Trata-se de um método, em princípio menos agressivo, utilizado para remoção de pelos. É aplicado de acordo com o tipo de pele, da espessura e tonalidade do fio, sendo possível selecionar o padrão de luz graduar a intensidade do espectro de luz. Nessa técnica são usados filtros que eliminam parte da luz emitida, permitindo apenas a passagem daquelas adequadas conforme avaliação do profissional com relação ao pelo e à pele.
Laser
A energia utilizada neste procedimento é mais alta, concentrando-se em uma pequena faixa do espectro de luz, com uma cor específica, porém muito intensa, penetrando nas camadas mais profundas da pele.
Fonte: Simers