Médicos do HPSM do Guamá, o hospital Humberto Maradei, no Pará, decidiram na noite de sexta-feira, 02 de dezembro retornar à escala de plantão do hospital, após finalmente fechar um acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Pelo acordo, mediado pelo Ministério Público, com a participação do Sindmepa, a secretaria mantém o quarto clínico na porta de entrada; não haverá retaliações entre os que entregaram as escalas de plantão e será criado um Grupo de Trabalho para discutir os problemas da saúde no estado. Os médicos aceitaram retornar à escala após a renúncia do diretor do hospital e o afastamento do diretor técnico. O coordenador de urgência e emergência da Sesma, Ivson Carvalho, assume a interlocução entre os médicos e a Sesma.
ENTENDA O CASO
Um total de 53 médicos entregaram as escalas na semana passada após decisão da gestão de retirada do quarto clinico dos plantões reduzindo para três o número de médicos de plantão. Eles consideram a demanda já excessiva para pouco médico e acharam inviável trabalhar com a escala ainda mais reduzida. Por não concordarem com a medida, entregaram os plantões e formalizaram boletim de ocorrência policial para se resguardar de possíveis responsabilizações futuras.
Para tentar chegar a uma solução para o impasse, o Ministério Público Estadual convocou para uma audiência de conciliação o Sindmepa, Sesma, Conselho Municipal de Saúde e a Procuradoria Municipal. Além de membros da diretoria do sindicato, compareceram médicos que compõem o quadro clínico do PSM do Guamá.
Segundo o diretor do Sindmepa João Gouveia, os problemas são recorrentes e não se resumem aos plantonistas do PSM do Guamá, mas a todos os médicos da Sesma. Plantões extras sem reajuste há cinco anos, atrasos sistemáticos de pagamentos; ausência de direitos trabalhistas; falta de local de repouso médico digno; médicos não têm direito a transporte e alimentação e ainda precisam levar travesseiros, fronhas e roupas de cama para os plantões. Ele relatou a situação de insatisfação generalizada na classe médica e a necessidade de abertura de um canal de comunicação com a gestão para que se evitem novos movimentos como o que motivou os médicos do Guamá.
A Sesma reconheceu na audiência que houve equívoco na decisão de cortar o quarto médico do plantão e disse que vai retomar a escala nos moldes anteriores. Com relação à mudança do diretor clínico, uma das reivindicações do grupo, o titular da Sesma, Sergio Amorim de Figueiredo, disse que isso não será possível agora, mas prometeu deslocar o coordenador de urgência e emergência da Sesma, Ivson Carvalho, para ser o interlocutor entre a direção e os médicos.
Fonte: Sindmepa