Funcionários do Hospital São José de Criciúma, o maior do Sul de Santa Catarina, realizam nesta terça-feira, 6 de dezembro uma manifestação pelo pagamento de salários. Conforme o jurídico da unidade, não há dinheiro em caixa para o pagamento do 13º e o salário do mês, que deveriam ser pagos nesta terça.
Desde 24 de novembro, o hospital paralisou a maioria dos atendimentos pelo SUS. Nesta terça, apenas os serviços de urgência e emergência são prestados à população. Os pacientes internados na oncologia são atendidos, mas não são aceitos novos internos.
Conforme o grêmio de colaboradores, cerca de 700 pessoas participaram do ato na manhã desta terça. Com faixas, cartazes, apitos e balões, eles protestavam pela regularização de repasses do hospital, que segundo o financeiro da unidade, está com R$ 25 milhões em atraso.
Os colaboradores, médicos, enfermeiros, residentes e estudantes fizeram a manifestação em frente ao hospital e caminharam por ruas da região central da cidade até a Catedral São José. “Nós queremos sensibilizar os governantes e população da importância desta regularização”, disse o presidente do grêmio, Vanderlei Motta.
O hospital tem gestão plena, ou seja, responde ao município, mas também recebe recurso proveniente do estado. Conforme o financeiro da unidade, desde novembro de 2015 a unidade recebe mensalmente R$ 2,5 milhões a menos do que deveria, de um total de R$ 5 milhões.
O governo do estado diz que tem pendência de cerca de R$ 2 milhões referentes a serviços de oncologia e “já está providenciando o pagamento deste valor”.
Os pagamentos dos meses anteriores estão em dia já que o hospital realizou um empréstimo, informou o financeiro do hospital.
Dívida
Uma perícia judicial apontou que a dívida entre 2011 e 2015 era de R$ 19 milhões. Em dezembro do ano passado, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 7 milhões das contas do estado e da prefeitura.
Em julho deste ano houve um novo bloqueio, de R$ 13 milhões. Segundo a direção do hospital, esse dinheiro ajudou a cobrir o déficit mensal até agora, porém a dívida aumentou.
O hospital orienta que os pacientes procurem outros hospitais da região para os atendimentos que estão suspensos.
Fonte: G1