Inaugurada em julho deste ano pelo governo do estado, a Unidade de Média de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) de Tucuruí continua com serviços de bracterapia e radioterapia modulada sem previsão de funcionamento, pois depende de uma série de autorizações da vigilância sanitária e do Conselho Nacional de Energia Nuclear. As cirurgias estão sendo feitas em número reduzido e de pequeno porte no Hospital Regional, mas ainda sem um fluxo definido e a quimioterapia está funcionando com onze poltronas e dois leitos.
As informações constarão do relatório de visita técnica promovida ao município esta semana pelo diretor do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), João Gouveia, que foi acompanhar de perto o problema de demissões de médicos da atenção básica pela prefeitura municipal.
O diretor constatou na visita que a Unacom continua a usar a ultrassom do hospital regional e não tem ultrassom para biópsia dirigida. Além disso, a equipe médica funciona a parte clínica através de uma empresa terceirizada e a única cirurgiã oncológica disponível passa apenas 15 dias no município. “Isso comprova que o serviço continua funcionando de forma precária, sem atender as necessidades dos pacientes, que vão desde cirurgia, passando por rádio e quimioterapia. Sendo que, na maioria das vezes, os pacientes necessitam utilizar as três formas de tratamento”, afirma Gouveia.
As estatísticas apresentadas demonstram que o atendimento está muito pequeno para a capacidade do serviço. Recentemente foi realizada uma triagem para câncer de próstata, por meio de exame sorológico, o PSA, o que hoje é considerado fora dos protocolos, pois este exame deve ser realizado em casos específicos, explica Gouveia.
A situação dos pacientes de câncer de Tucuruí tem ainda mais um complicador: a enfermaria destinada aos pacientes da Unacon que serão operados no hospital regional ainda está sem funcionamento, assim como não há uma definição sobre como serão realizadas as cirurgias oncológicas, qual equipe cirúrgica irá atuar, e que tipo de cooperação haverá entre as entidades para que isso ocorra. As cirurgias atualmente realizadas são de pequeno porte e em volume muito restrito.
Fonte: Sindmepa