O dia 1º de dezembro foi definido como o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em outubro de 1987, pela Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), estima que 36,7 milhões de pessoas vivem com o vírus HIV no mundo – 57% sabem que são soropositivos e 46% têm acesso ao tratamento. O levantamento mostra que 1,1 milhão morreram em decorrência de doenças relacionadas à Aids, entre 2010 e 2015. Segundo o Unaids, 40% das infecções da América Latina estão concentradas no Brasil.
No Brasil
O Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira (30/11) o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids de 2016. Os dados revelam que 830 mil pessoas têm o vírus HIV. Desses, somente 55% fazem o tratamento e 112 mil pessoas não sabem que estão infectadas. Os números mostram queda de 42,3% na mortalidade provocada pelo HIV/Aids no Brasil nos últimos 20 anos – de 9,7 óbitos/100 mil habitantes em 1995 para 5,6 óbitos/ 100 mil habitantes em 2015. Mesmo assim, nessa janela de cinco anos, 15 mil mortes foram em decorrência da doença.
De acordo com o MS, a epidemia no país está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos/100 mil habitantes. Ainda assim, o número representa cerca de 41,1 mil novos casos ao ano. Na meta referente à redução da carga viral, o país passou de 75% em 2012 para 90% em 2015.
A taxa de detecção de Aids em menores de cinco anos caiu 36% nos últimos seis anos, passando de 3,9 casos/100 mil habitantes, em 2010, para 2,5 casos/100 mil habitantes, em 2015. A taxa em crianças é usada como indicador para monitoramento da transmissão vertical do HIV – a redução na transmissão de mãe para filho foi possível devido à ampliação dos testes e ao reforço na oferta de medicamentos para as gestantes.
Perfil
A epidemia no Brasil tem 30 anos. Nos anos 1980 surgiram os primeiros casos e rapidamente se alastrou por todas as regiões do país. A epidemia da Aids, é considerada estabilizada, mas em alguns estados a doença se alastra com índices altos de novas infecções. O HIV atinge todas as camadas sociais e todos os perfis populacionais.
A faixa etária em que a Aids é mais incidente, em ambos os sexos, é a de 25 a 49 anos. A única faixa etária onde os casos de Aids é maior entre mulheres é entre 13 a 19 anos.
Em relação aos jovens, os dados apontam que, embora eles tenham elevado conhecimento sobre prevenção à Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, há tendência à vulnerabilidade porque eles não frequentam os serviços de saúde e negam a condição soropositivo. Para isso, o Ministério da Saúde tem ampliado as ações da chamada “prevenção combinada”, que oferece um alternativas além do uso do preservativo masculino e feminino como a oferta da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) – terapia antirretroviral de 28 dias para evitar a multiplicação do HIV no organismo após exposição ao vírus –, e que está disponível em serviços de saúde de todo o país. A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), administrada antes da exposição ao HIV, está em fase final de estudos no Brasil, prometendo integrar o menu de opções de prevenção, oferecidas aos brasileiros pelo SUS.
Tratamento
A substituição do Efavirenz pelo Dolutegravir (considerado atualmente o melhor medicamento para tratamento da Aids, por apresentar uma série de vantagens como potência muito alta; nível muito baixo de eventos adversos; maior comodidade para o paciente: uma tomada diária; tratamento eficaz por mais tempo e menor aparecimento de vírus resistentes ao longo do tratamento), para pacientes que iniciam terapia antirretroviral está prevista para iniciar no primeiro semestre de 2017 e a expectativa é atingir, inicialmente, 100 mil pacientes.
Fonte: Ministério da Saúde | CNBB