A médica que fez greve de fome pedindo a revogação de liminar da Justiça que obrigava que os médicos especialistas da Santa Casa de Palmital (SP) voltassem ao trabalho comemorou a nova decisão do juiz. “Eu não imaginava que teria essa repercussão, mas acho que foi muito importante para ter toda essa repercussão favorável pra gente”, conta a anestesista Elisângela Sivieiro que suspendeu a greve de fome após a nova decisão de revogação da liminar.
A Santa Casa de Palmital havia conseguido a liminar na Justiça obrigando os médicos especialistas a voltarem ao trabalho depois que os profissionais abandonaram o serviço alegando que estão com os salários atrasados. Eles retornaram às atividades, mas entraram com um pedido de rescisão contratual.
O juiz na época entendeu que a paralisação se assemelhava a uma greve e que prejudicava a população. Se a determinação não fosse cumprida haveria multa de R$ 2 mil para cada médico por dia não trabalhado. Mas com essa nova decisão, o juiz disse que a partir de oito dias que eles entraram com esse pedido de rescisão é um aviso prévio e não tem nenhum impedimento. Então ele extinguiu a ação. A medida é válida para seis dos sete médicos que entraram com o pedido de quebra de contrato.
Os funcionários da Santa Casa também estão com os salários atrasados e estão em greve há 23 dias nesta quarta-feira.Aproximadamente 65 dos 140 funcionários estão paralisados. Eles reivindicam o pagamento do mês de outubro, além de cestas básicas que segundo eles estão atrasadas há cinco anos.
A Santa Casa disse que vai pagar um salário do ano passado dos médicos e também que espera que a prefeitura regularize os repasses, que segundo a Santa Casa é na ordem de R$ 1 milhão.
A prefeitura diz que não conseguiu cumprir esses repasses porque teve queda na arrecadação, em repasses estaduais e federais. Então eles encaminharam para a Câmara um projeto de refis, o refinanciamento de impostos em atraso, que foi aprovado na segunda-feira (21). A expectativa da prefeitura é conseguir pelo menos R$ 500 mil.
De acordo com a Santa Casa o atendimento no pronto-socorro não foi afetado. Também informou que não foi notificada sobre a extinção do processo, por isso os médicos trabalharam normalmente na terça-feira (22).
Fonte: G1 Bauru e Marília
Foto: Romeu Neto | TV TEM