Os alunos de Medicina do campus de Rondonópolis da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) saíram às ruas, nesta segunda-feira (28/11), para expor a insatisfação pela falta de estrutura no curso. Eles reclamam, principalmente, da paralisação nas obras do bloco de salas de aula e laboratórios, da falta de professores e da extinção de convênio para aulas práticas que existia com o Hospital Regional de Rondonópolis.
Na parte da manhã, os estudantes se concentraram em frente à universidade e, na parte da tarde, na Praça Brasil, junto à Rua Fernando Correa da Costa, no centro da cidade. Com jalecos brancos, faixas, cartazes, apitos, instrumentos de percussão e palavras de ordem, eles mostraram à sociedade a situação de deficiência enfrentada pelo novo curso na cidade.
O presidente do centro acadêmico de Medicina, o aluno André Luiz Mattos Kuhn, avaliou ao Jornal A TRIBUNA que a sociedade foi muito receptiva ao movimento e que os resultados iniciais foram positivos. Ele externou que espera agora que as reivindicações dos estudantes sejam acolhidas e que as autoridades sejam mais sensíveis às demandas do curso de Medicina.
Por pertencer a um campus do interior, André analisa que o curso sofre muito com a falta de autonomia administrativa e centralização das decisões em Cuiabá. Ele pontuou que os problemas ligados à construção do bloco que vai atender o curso persistem desde a primeira turma, iniciada no ano de 2014. Atualmente os alunos estudam em salas e laboratórios de outros cursos do campus.
A Pró-Reitoria do campus marcou uma reunião ontem, no final da tarde, com estudantes, professores e técnicos para expor encaminhamentos em relação às demandas do curso de Medicina. Uma nova reunião está marcada para o próximo dia 06 de dezembro, em Cuiabá, com a Reitoria e representantes de alunos, professores e técnicos, ocasião que as necessidades do curso serão novamente discutidas.
Caso os problemas no curso não sejam resolvidos, André afirmou ao Jornal A TRIBUNA que as manifestações dos alunos vão continuar. Além disso, atestou que, nessa realidade, não há condições de dar início à quarta turma de Medicina, em 2017.
PROVIDÊNCIAS
A pró-reitora do campus da UFMT em Rondonópolis, Analy Castilho Polizel, explicou ao A TRIBUNA que as obras do bloco do curso de Medicina estão paradas por questões jurídicas e financeiras, mas tiveram autorização de retomada para fevereiro de 2017. Após isso, o prazo de conclusão é de mais seis meses. “Estamos cientes da situação e estamos trabalhando para sanar os problemas”, repassou.
Quanto às contratações de professores, Analy externou que estão dentro da normalidade. Informou que hoje são 42 docentes efetivos para Medicina, sendo 18 médicos. Além disso, há 5 vagas em aberto para médicos e previstas em concurso em andamento. Seguindo o projeto pedagógico do curso, informou que novas contratações devem ocorrer.
SENADOR
O senador José Medeiros também procurou ouvir os representantes do curso de Medicina de Rondonópolis, para saber das suas necessidades. Em meio a conversa, o parlamentar se comprometeu em encaminhar as melhorias reivindicadas pelos estudantes junto ao Governo Federal. Para Medeiros, Rondonópolis merece um curso de medicina de excelência, até mesmo por ser um polo regional de atendimento em saúde.
Ainda neste início de semana, o parlamentar já deu seguimento na demanda e marcou reunião com o ministro da Educação, Mendonça Filho. “Aproveitei que o ministro estaria no Senado para as discussões sobre a reforma do ensino médio, já adiantei o assunto com ele e marcamos para a próxima quinta-feira uma agenda para sentarmos e discutirmos o assunto detalhadamente”, finalizou.
fonte: A Tribuna