Os profissionais da saúde decidiram por unanimidade em assembleia, na tarde de quinta-feira, 27 de outubro, paralisar os serviços por pelo menos 48 horas, a partir do dia 9 de novembro. Na ocasião, a população contará com o atendimento nas emergências e com 30% dos demais serviços em saúde, em respeito à Lei de Greve.
A decisão deve-se ao fato de que a proposta do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa) não atendeu a reposição de 9,5% da inflação reivindicada pelos trabalhadores, nem acenou com a garantia da aplicação integral do INPC para revisão de 2017.
No início do mês passado, o Sindihospa fez a proposta de reajustar o percentual de 5% do valor solicitado pela categoria, sendo que 3,5% seriam adiantados em outubro e o restante quitado em dezembro. Além disso, haveria a assinatura de um termo de compromisso para que as partes pudessem retomar as negociações no ano seguinte.
“Os médicos também não aceitam essa proposta do Sindihospa. Os trabalhadores nunca mais vão recuperar o que não foi recomposto, portanto é o momento de nos unirmos, lutarmos e resistirmos”, afirmou o diretor do Sindicato Médico do Rio Grande Sul (SIMERS), Jorge Eltz, adiantando que no dia 11 de novembro está programada nova assembleia unificada para definir os rumos da negociação.”
Médicos suspendem atendimentos em Canoas
Os médicos do Hospital Nossa Senhora das Graças, no município de Canoas, decidiram manter a suspensão dos serviços eletivos pelo menos até a próxima terça-feira, 01 de novembro. A decisão foi aprovada após reunião com a secretário de saúde municipal, Marcelo Bósio, e a Administração do HNSG, em que debateram sobre os atrasos nas remunerações.
Segundo o doutor responsável pela área da ortopedia e traumatologia, Fernando Calcagnoto, na última semana o setor perdeu três médicos. “Eles pediram para sair do hospital. Agora eu me pergunto, como vou repor este quadro dizendo para quem aceitar que receberá daqui três meses o primeiro salário? ”, ressaltou Calcagnoto.
Segundo o secretário municipal da saúde, Marcelo Bósio, a prefeitura não tem como garantir o pagamento dos meses atrasados, mas assumiu o compromisso de pagar integral e pontualmente os meses de outubro, novembro e dezembro. “Não podemos nos comprometer com o pagamento em datas, mas sim com o mês. Toda a veze que o serviço de saúde para, ele nos traz outras dificuldades a serem resolvidas”, salientou o secretário Bósio.
Os setores de neurocirurgia, ortopedia, traumatologia, cirurgia e anestesia suspenderam as atividades até a próxima terça-feira, dia 1 de novembro, quando as remunerações de outubro estarão integralmente quitadas, segundo a Prefeitura.
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) segue acompanhando o desenvolvimento da situação no Hospital Nossa Senhora das Graças sempre na luta por melhores condições de trabalho para a categoria médica.
Fonte: Simers