O ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou nesta terça feira (25) a compra de 3,5 milhões de testes rápidos para detectar o vírus da zika . Segundo ele, o item tem produção nacional e será distribuído preferencialmente a gestantes, em um primeiro momento. O material também será fornecido a crianças de até 3 anos. O resultado fica pronto em 20 minutos.
A previsão da pasta é de que 2 milhões de testes cheguem aos postos de saúde até dezembro. As primeiras unidades chegam em novembro. O contrato diz que a distribuição deve ser concluída em 12 meses. O material será entregue “de acordo com a incidência da doença” registrada em cada localidade, em 2015.
O contrato do ministério com a Fundação Bahiafarma – um laboratório público – tem valor de R$ 119 milhões e deve abastecer a rede pública por um ano, na estimativa do Ministério. O desenvolvimento do teste foi resultado de uma parceria entre o governo da Bahia e uma empresa sul-coreana.
O primeiro teste rápido nacional para o vírus da zika foi lançado em maio, em Salvador. Segundo o diretor-presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias, o nível de confiança do teste é superior a 95%. A tendência inicial é de que o material esteja disponível apenas no SUS.
O exame detecta a doença em qualquer fase. Isso ocorreu porque o diagnóstico é feito por meio dos anticorpos desenvolvidos pelo corpo da pessoa infectada. O teste é diferente de outros que usavam a técnica “PCR”, que detecta apenas o vírus em si e demorava semanas para apresentar resultado.
Em fevereiro, a Anvisa aprovou um teste sorológico de uma empresa canadense para diagnosticar o vírus da zika no país.
Parceria
O teste rápido foi desenvolvido por meio de parceria entre a Bahiafarma e a empresa sul-coreana Genbody. A pesquisa durou dez meses. A Bahiafarma é um laboratório farmacêutico público, ligado ao governo do estado da Bahia, que busca desenvolver produtos, serviços e inovação tecnológica para a saúde pública.
Dados
O Brasil registrou 200.465 casos prováveis de zika até 17 de setembro, informou o Ministério da Saúde. Isso representa uma taxa de incidência de 98,1 casos por grupo de 100 mil habitantes. Entre as gestantes, foram 16.473 casos prováveis. Em 2016 foram comprovadas laboratorialmente três mortes pela doença no país.
A transmissão autóctone da doença foi confirmada a partir de abril de 2015. O Ministério da Saúde tornou compulsória a notificação dos casos em fevereiro deste ano.
O Sudeste teve 83.151 casos prováveis de zika, segundo o governo. No Nordeste, foram 74.190 casos prováveis. Em seguida aparecem o Centro-Oeste (29.875), Norte (11.928) e Sul (1.321).
A incidência proporcional à população é maior no Centro-Oeste (193 casos por 100 mil habitantes). O Nordeste aparece em segundo (131,2 casos por 100 mil habitantes), seguido por Sudeste (97 por 100 mil habitantes), Norte (68,3/100 mil) e Sul (4,5/100 mil).
Fonte: Bem Estar