Profissionais vinculados aos Centros de Especialidades Médicas de Camaragibe (Cemec), na Região Metropolitana do Recife, seguem na luta contra o desmonte da saúde no município. A categoria esteve reunida em Assembleia Geral Extraordinária, na noite de segunda-feira, 24 de outubro, na Sede do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), para denunciar as irregularidades constatadas na cidade.
Entre as principais reclamações dos médicos está o número de demissões, além do fechamento de postos de trabalho e serviços na cidade neste período de transição na gestão municipal. A categoria ainda denunciou ao Simepe outros problemas recorrentes, como a falta de pagamentos, contratos de trabalho irregulares, e o não repasse dos descontos de INSS que são feitos nos vencimentos dos profissionais. Além disso, os médicos ainda afirmam não ter direito ao tempo de repouso e de refeição estabelecidos por lei.
O presidente do Simepe, Tadeu Calheiros, mediou o encontro e afirma que a entidade está preocupada com a situação no município. “Estamos muito atentos a toda esta problemática. Vamos seguir firmemente no nosso compromisso, lutando junto aos médicos pelos seus direitos. No caso de Camaragibe, vamos insistir na restituição financeira, recontratação, além da reabertura dos postos de trabalho”, ressalta.
Sobre o desmonte na saúde do município, Tadeu Calheiros ainda complementa: “acreditamos que a precarização dos vínculos empregatícios favorecem a situações como este desmonte que os médicos de Camaragibe nos relatam. O sentimento de impunidade ainda impera e isso acaba afetando diretamente a boa oferta de serviços essenciais. Algo que estaremos sempre lutando contra”, finaliza.
Ao fim da assembleia, a categoria deliberou que cada profissional procurará os serviços da defensoria dos médicos no Simepe para encaminhar a judicialização de cada uma das situações, pois elas tem suas especificidades. Além disso, ficou acertado que todas as informações sobre o desmonte em Camaragibe serão reunidas e encaminhadas ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O assunto, inclusive, é tema de uma reunião no próprio MPPE, na próxima quarta-feira (26), com as entidades médicas e novos prefeitos eleitos, além de representantes da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP). O objetivo é evitar o fenômeno conhecido como “Terra Arrasada”, que ocorre quando a passagem das gestões locais acaba por precarizar ou fechar serviços essenciais, como saúde e educação.
Fonte: Simepe