Quando as mulheres estão entrando na menopausa, a menstruação para. Já os homens, apesar de muitos desconhecerem, ingressam em um ciclo marcado pela drástica queda de testosterona. Fadiga, desatenção, fraqueza, maior irritabilidade, indisposição e perda do apetite sexual. Se você se identificou com todos esses sintomas, fique atento, pois essas alterações emocionais e fisiológicas podem significar a fase da andropausa. Mas afinal, como lidar com esses problemas e o que realmente é verdade sobre as coisas que envolvem esse período da vida dos homens?
Engana-se quem pensa que a andropausa pode chegar apenas depois dos 40 anos. Segundo a Presidente da Sociedade de Urologia do Rio Grande do Sul, Nancy Damicol, essa etapa pode surgir precocemente. “A predominância é maior nos homens de meia idade, porém as doenças crônicas ou que diminuem o número de hormônios podem colaborar para o surgimento da andropausa de maneira antecipada”, explica Nancy. Outra dúvida recorrente sobre o assunto é quando surgem as comparações com a menopausa. O Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Alexandre Hohl, explica que são dois períodos completamente diferentes. “Na verdade, andropausa é um nome mais popular, mas cientificamente chamamos de hipogonadismo, pois diferente da menopausa, não há uma pausa dos hormônios e sim uma diminuição da testosterona. São fases distintas”, afirma Hohl.
Dentre os sintomas da andropausa, está a disfunção sexual. Sim, a chamada impotência acontece mesmo, e, justamente, por causa da drástica queda hormonal. “A diminuição de testosterona causa a diminuição da libido e, consequentemente, acontece a dificuldade de ereção”, ressalta Nancy. E é exatamente esse sintoma que mais chama atenção nos homens. “Com a perda da libido, ocorre também a piora do desempenho sexual por conta de não ter ereção como antigamente. Isso é o que mais incomoda os homens”, destaca Hohl.
Mas calma, não fique assustado, pois apesar da fase ocasionar alguns problemas, inclusive na parte sexual, existem tratamentos que ajudam bastante a amenizar essas dificuldades. É o caso da reposição hormonal e de medicações estimulantes. “Para aqueles que ainda querem ter filhos, é recomendado medicamentos que estimulam a produção de testosterona. Depois, tem a reposição hormonal injetável ou a base de gel corporal”, explica o presidente da SBEM. Apesar dos medicamentos para amenizar os sintomas, a andropausa é um ciclo na vida de todos os homens, portanto não tem prevenção. Entretanto, ter boa qualidade de vida, ajuda a não antecipar esse período. “Não existe prevenção, mas é muito importante manter hábitos saudáveis. A manutenção da saúde, de forma geral, ajuda os homens a não chegarem antes na andropausa”, afirma Nancy.
A andropausa contribui para que homens procurem mais os médicos
Inúmeros estudos mostram que as mulheres vivem cerca de sete anos a mais que eles. Já outras pesquisas, apontam que um dos motivos para isso é a baixa frequência dos homens ao médico e, muitas vezes, só entram em um consultório quando a doença já está em um grau mais avançado. “Além de tudo, é uma questão cultural. O homem não quer demonstrar fraqueza ou que está fragilizado, e muitas vezes vão ao médico porque a mulher agendou”, diz Nancy. Para o Presidente da SBEM, o homem, de maneira geral, teima em tentar ultrapassar os limites. “Definitivamente, os homens vão pouco ao médico. Um dos motivos é a “síndrome de Super- Homem”, que faz com que o homem seja orgulhoso, vá além dos próprios limites, acreditando que nunca fica doente”.
No entanto, muitos médicos afirmam que essa estatística tem diminuído aos poucos. Além da variedade de campanhas visando a prevenção da saúde masculina, um dos motivos está levando mais os homens ao médico é, justamente, a andropausa. “Tudo que afeta a parte sexual acaba preocupando muito o homem. E é por isso que a andropausa ou hipogonadismo, faz com que procurem ajuda médica”, enfatiza Hohl. Conforme a Presidente da Sociedade de Urologia do Rio Grande do Sul, essa situação é claramente perceptível no dia a dia de trabalho. “Só pela rotina de atendimentos, é notório que o percentual de homens que procuram o médico aumentou. Ainda mais urologista, que acaba se tornando o médico geral dos homens”, destaca.
Fonte: Simers