Pronto socorros e emergências são os locais mais complexos para um médico trabalhar. Primeiro, porque é preciso lidar com pacientes de alto risco, em casos que segundos podem fazer a diferença entre a vida e morte. Segundo, porque muitos médicos trabalham plantões de longas horas, durante a noite e a madrugada. E, por último, porque, no Brasil, o atendimento básico de saúde muitas vezes é ineficiente, o que lota as emergências com casos que poderiam ter sido resolvidos anteriormente.
Além disso, a saúde no Brasil possui outro agravante: a falta de recursos faz com que algumas emergências SUS e Unidades de Pronto Atendimento não tenham a infraestrutura e pessoal adequado para atender todos os pacientes da melhor maneira possível.
Sabendo da dificuldade de lidar com esta realidade, a Dra. Maria Rita de Assis Brasil, vice-presidente do Simers, com experiência de mais de 30 anos em pronto socorros, e o Dr. Carlos Humberto Cereser, cardiologista que trabalha há 35 anos em emergências, elencaram seis habilidade essenciais para jovens médicos que querem trabalhar em emergências.
#1 Agilidade e calma
Todo profissional que trabalha em um ambiente de emergência precisa ser capaz de tomar decisões rápidas, agir prontamente sem perder a calma. Um profissional de emergência não pode se estressar, precisa ter a cabeça clara para tomar decisões conscientes e realizar diagnósticos precisos.
# 2 Boa comunicação com o paciente
Outra característica muito importante é ter uma interlocução adequada com o paciente e os familiares. É uma comunicação eficiente que irá permitir que o médico tenha as informações para fazer o diagnóstico e o tratamento adequado e que irá permitir que o paciente faça sua parte e siga as indicações necessárias. Em emergências, é muito comum que este diálogo aconteça com os familiares e não com o paciente. Esta característica é fundamental em todo atendimento médico, porém, em situações de emergência, se torna indispensável.
#3 Trabalho em equipe
O trabalho em equipe é fundamental. Em uma emergência, cada profissional tem seu papel determinado e precisa fazer o seu dever. A organização e administração do pessoal e das tarefas deve ser feito antes para que na hora cada um possa fazer o que foi designado com agilidade, sem pensar duas vezes.
#4 Fazer o seu dever
O trabalho em emergência é um trabalho complexo que envolve uma grande equipe multidisciplinar e uma enorme variedade de patologias. Nesse cenário, a gestão da emergência precisa ser extremamente eficiente. Na hora do plantão, cabe ao médico fazer o seu dever de acordo com o procedimento pré determinado com máxima dedicação. Por exemplo, toda emergência possui um processo de classificação de risco, os pacientes são passados aos médicos de acordo com a prioridade, risco e disponibilidade do médico, cabe ao médico atender cada paciente que lhe é designado com a máxima atenção.
#5 Saber lidar com limitações
Em casos de unidades de pronto atendimento com falta de especialistas e equipamento, pode ser necessário encaminhar o paciente para outro estabelecimento. Porém, se a transferência não é possível ou demora para acontecer, o médico emergencista possui responsabilidade legal de atender e manter o paciente estável.
#6 Manter-se alerta e saudável
Em casos de longos plantões, principalmente durante a madrugada, é fundamental que o médico se mantenha alerta e saudável. Longos plantões podem causar desgaste físico e emocional e um médico exausto não será capaz de prestar um bom atendimento. É função do gestor garantir que os médicos tenham tempo e local adequados para descansar entre pacientes. Além disso, é fundamental se manter bem alimentado e hidratado. Cada médico deve conhecer o seu ritmo e cuidar de si.
Fonte: Simers