Desde 1927 comemora-se no dia 11 de agosto o “dia do estudante” em todo o Brasil. A data rememora a autorização do imperador Dom Pedro I da criação das duas primeiras faculdades do país.
Logo, nós do Sindicato dos Médicos de Pernambuco queremos parabenizar, hoje, o futuro da saúde do país: os estudantes de medicina.
Renata (21) e Letícia Amorim (19) são irmãs que desde a infância compartilham o sonho de exercer a carreira médica. As jovens estudam em faculdades diferentes de metodologias distintas, uma mais tradicional outra mais prática, ambas buscando o mesmo objetivo: servir à comunidade em prol da saúde da população.
- Onde o sonho começou?
Letícia – Desde pequena. Meu pai é médico, então acho que tive a influência dele. Eu o via chegando em casa depois do trabalho e decidi que queria a mesma carreira que ele.
Renata – Acho que além do exemplo do nosso pai, a nossa mãe também sempre nos influenciou por considerar a profissão estável, financeiramente falando. Ainda pequenas nós fomos conhecer o consultório do nosso pai, isso foi plantando o interesse na área desde a infância.
- Vocês influenciaram uma à outra na escolha do curso?
Letícia – Acho que tivemos a mesma influência: nosso pai. Não necessariamente influenciamos uma à outra.
Renata – Também acho que não nos influenciamos como irmãs. Esse papel foi dos nossos pais.
- O curso de medicina é famoso por ser geralmente o de maior concorrência e por isso ser o mais difícil de obter uma vaga no vestibular. Vocês acham que esse nível de exigência é benéfico para a profissão?
Letícia – Por ser uma avaliação realmente muito exigente, os aprovados no curso de medicina são geralmente pessoas capacitadas, esforçadas e dispostas a estudar. Isso é bom pra fazer uma seleção.
Renata – O estudante de medicina tem que gostar de estudar muito. O nível de exigência é muito benéfico para a profissão. No entanto, acho que esse nível vem caindo pelo aumento de cursos de medicina ofertados no estado.
- Uma vez dentro da faculdade, vocês concordam com as metodologias de ensino utilizadas em suas respectivas faculdades?
Letícia – Minha faculdade, a UPE, tem uma metodologia mais tradicional em detrimento às outras, por isso se encaixa mais com o meu perfil de estudo.
Renata – A minha faculdade, FPS, se baseia mais na andragogia (que considera a vivência da experiência prática o mais eficiente na aprendizagem). Acho que comigo funciona melhor do que o método pedagógico usado no colégio, por exemplo, esse sistema de ensino me fez crescer profissionalmente. Essa metodologia é muito motivacional para que o aluno se mantenha interessado a estudar. Acho que ambas as metodologias são ótimas, quando converso com Letícia vejo que nossos conhecimentos são equiparados. Acho que nós duas estamos nas instituições certas por elas se adequarem às nossas personalidades, respectivamente.
- Uma preocupação e uma esperança na profissão no futuro.
Letícia – A preocupação que eu tenho é principalmente com o mercado de trabalho porque atualmente estamos tendo um crescimento no número de médicos formados, aumentando a concorrência interna, além da crise em que o país se encontra. Minha esperança é que haja uma estabilidade financeira para os profissionais de medicina num futuro próximo.
Renata – Acho que minha maior preocupação, particularmente falando, é a escolha da residência. Além de ter que ser algo que me realize profissionalmente tem também que atender às minhas necessidades financeiras e da minha família. Minha esperança é a estabilização financeira da profissão. Espero também acertar nas minhas escolhas profissionais, começando pela residência.
- Vocês acham importante que o estudante de medicina se mantenha informado sobre as reivindicações da classe médica do estado no que diz respeito à segurança no local de trabalho e à remuneração adequada?
Letícia – É extremamente importante que o estudante de medicina se mantenha bem informado. Em um futuro breve nós estudantes seremos profissionais formados e precisamos saber quais serão nossas condições financeiras e o nível de segurança que nos será oferecida. Casos como o da médica que foi estuprada recentemente em um posto de saúde nos mostram como o médico muitas vezes, de forma equivocada, pensa estar seguro em seu ambiente de trabalho.
Renata – É muito importante o estudante se manter informado sobre as condições de segurança e de remuneração uma vez que ambas podem influenciar diretamente na especialização que esse universitário vai escolher. Alguns locais de trabalho de determinadas áreas da medicina são mais sujeitos à violência do que outro o que pode ser um fator determinante para a escolha da especialização, assim como a diferença de remuneração de uma área para outra também pesa bastante na decisão final.