Cegueira temporária, dores no corpo, insônia, infertilidade e até acne. O que estes sintomas têm em comum? Numa rápida pesquisa na internet, descobre-se que todos eles podem estar relacionados ao uso abusivo ou errôneo dos smartphones. Mas será que tudo isso é real? O SIMERS foi descobrir o que é mito e o que é verdade quando o assunto são os supostos perigos desses dispositivos móveis. Confira!
Cegueira temporária: MITO
Notícias
Mito ou verdade: smartphones causam problemas a saúde?
Cegueira temporária, dores no corpo, insônia, infertilidade e até acne. O que estes sintomas têm em comum? Numa rápida pesquisa na internet, descobre-se que todos eles podem estar relacionados ao uso abusivo ou errôneo dos smartphones. Mas será que tudo isso é real? O SIMERS foi descobrir o que é mito e o que é verdade quando o assunto são os supostos perigos desses dispositivos móveis. Confira!
Cegueira temporária: MITO
O sintoma ocorreria ao usar o celular ao acordar, porque um olho ainda estaria habituado ao escuro enquanto o outro se acostumaria à luz, assim o cérebro demoraria a registrar que os dois estão abertos. Para o chefe do Serviço de Oftalmologia da Santa Casa de Porto Alegre, Alexandre Marcon, isso não procede. “Precisaria de uma luz fortíssima para gerar um desconforto a ponto de causar a cegueira.” Por via das dúvidas, você pode deixar os dois olhos se habituarem bem à iluminação antes de expô-los ao aparelho.
Miopia: EM PARTE
A possibilidade de aproximar o celular dos olhos para enxergar melhor, poderia causar a doença ou adiar seu diagnóstico. Marcon explica que esta condição não está associada exclusivamente ao celular. “Há fortes indícios de que crianças que utilizam mais a visão para perto tendem a apresentar mais miopia do que as que utilizam um grau de campo maior. É uma pergunta muito frequente dos pais, mas isso se relaciona também com livros, brinquedos ou qualquer objeto.”
Olhos ressecados: VERDADE
Focar a visão em um objeto pequeno por muito tempo faz com que pisquemos pouco. Isso associado ainda ao brilho da tela ajuda a ressecar os olhos, o que pode causar inflamações e alergias. Essa irritação pode ser causa de mais um sintoma relacionado ao uso excessivo dos smartphones: dor de cabeça. Lembre de piscar ou utilize colírios de hidratação.
Degeneração ocular: MITO
Estudos apontam que a luz azul emitida pelos smartphones e tablets seria prejudicial à visão, com risco de catarata, degeneração da retina e câncer de fundo de olho. “Bobagem, é verdade que a radiação ultravioleta pode estar associada a essas doenças, mas a luz do celular não é uma emissão importante para gerar danos”, tranquiliza Marcon.
Insônia: VERDADE
Quando os smartphones são deixados próximos à cama, as luzes que ficam acesas ou se acendem durante a noite poderiam interferir na produção de hormônios, como a melatonina, responsável pela qualidade do sono. Na realidade, não há indícios de que essa baixa luminosidade interfira na taxa hormonal, mas o oftalmologista Alexandre Marcon diz que o excesso de exposição à luz emitida pelos aparelhos antes de dormir pode, sim, dificultar o sono. O ideal é encerrar os trabalhos com celular e tablet antes de deitar para garantir uma noite tranquila.
Contratura cervical: VERDADE
Manter o pescoço abaixado enquanto lê ou digita no celular é prejudicial. “Além da posição desconfortável, ainda fazemos força com a cabeça para frente e com os olhos para enxergar melhor a tela”, aponta o ortopedista do Hospital Ernesto Dornelles, Eduardo Elsade. Essa postura comprime os nervos que elevam a cabeça e causa dores de cabeça e a sensação de cansaço e rigidez na região cervical.
Tendinites: VERDADE
As articulações também podem ser prejudicadas pela postura escolhida para segurar e escrever no aparelho. “Em geral, adolescentes e jovens digitam com os polegadores e costumam se queixar de dor nesse dedo. As pessoas mais velhas, costumam usar o indicador e forçam mais os punhos e o ombro, ao segurar o aparelho. São diferentes tipos de tendinite”, aponta Elsade. O médico acrescenta ainda mais um problema na sua área relacionado aos smartphones: traumas. “Digitar enquanto se locomove, distraído, tem causado muitos acidentes no trânsito, seja apenas com pedestres ou envolvendo veículos”.
Dores de cabeça: VERDADE
Como já foi dito, o uso do celular pode ressecar os olhos, afetar a qualidade do sono e prejudicar a postura cervical. Todos estes sintomas são causas comuns de dores de cabeça.
Danos à audição: MITO
Os riscos estão na verdade nos fones de ouvido, normalmente conectados aos smartphones. “Como tudo na vida, os fones não devem ser usados em excesso, nem por longo tempo nem em volume exagerado. Fora isso, ouvir música é muito bom”, avalia o chefe de Otorrinolaringologia da Santa Casa, Geraldo Sant’Ana. Ele indica os fones externos como mais seguros, pois os internos podem conter ranhuras que machuquem o canal do ouvido. De resto, o celular pode ser usado sem nenhum cuidado a mais do que os telefones comuns, nem é preciso usar o aparelho afastado do ouvido: “Não existe nada comprovado de que as ondas emitidas pelos aparelhos causem danos auditivos”.
Câncer: MITO
É verdade que existem pesquisas indicando que pessoas que fazem uso excessivo do aparelho têm maior risco de desenvolver tumores, especialmente no cérebro. Mas para o oncologista Carlos Eugênio Escovar não há associação evidente. “Estudos antigos, da década de 1970, relacionavam a incidência maior de cânceres infantis, como leucemia. Hoje a radiação é bem menor e seria necessário um uso muito abusivo para fazer mal”, diz o chefe da Oncologia da Santa Casa. O risco atualmente é mais atribuído a heavy users de celulares, que passem muitas horas com o aparelho na cabeça, como telefonistas. “Há fatores mais preocupante de câncer, como poluição, alimentação, sedentarismo. Para tudo, o comedimento é a receita, e vale também para a telefonia”, alerta o médico.
Linhas de expressão: EM PARTE
A mesma postura prejudicial à cervical também seria responsável por mudar os contornos do rosto, causando flacidez na região inferior da face, a famosa papada. Segundo o dermatologista Damiê De Villa não é bem assim. “Há estudos que apontam que pessoas mais jovens, que utilizam o celular cerca de 150 vezes ao dia, desenvolvem mais linhas de expressão na área, que podem ser mais visíveis em quem se bronzeia, geralmente as mulheres”, explica o médico da Santa Casa. Porém, as caras e bocas que fazemos ao trocar informações pelos smartphones são, sim, responsáveis por criar linhas de expressão, especialmente, na testa e no contorno dos olhos. “O hábito de franzir os olhos para focar na tela pequena do aparelho já é responsável por um procedimento apelidado de ‘botox blackberry’”, alerta.
Acne: MITO
Já quanto a cravos e espinhas, pode-se respirar aliviado. Pelo menos por enquanto. “Não existe comprovação que o contato do aparelho com o rosto possa desencadear acne”, diz De Villa. O problema seria causado pelo calor emitido pela tela, que carregaria ainda 18 vezes mais germes que um banheiro masculino! “É uma exagero. Mas assim como sabemos hoje que passar demais a mão na rosto pode aumentar a oleosidade, pode ser que ainda se chegue a uma conclusão assim sobre os smartphones.” Então, não custa manter tudo higienizado.
Infertilidade masculina: MITO