Os representantes do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Eder Gatti e Cristovão Canedo Gomes, reuniram-se na noite de 18 de agosto com médicos da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) São João e dos Pronto-Atendimentos Maria Dirce e Paraíso, de Guarulhos, na Grande São Paulo, que procuraram a entidade para denunciar péssimas condições de trabalho desde que a organização social Fundação ABC assumiu a gestão das unidades no lugar da Santa Casa.
Conforme relatos dos profissionais, eles têm sido vítimas de assédio moral de todas as naturezas, alguns tendo sido inclusive coagidos a assinar um novo contrato de trabalho e, aqueles que não o fizeram, por não concordarem com os termos do documento, foram obrigados a se demitir. Além disso, médicos que questionaram as novas condições de trabalho foram demitidos por justa causa, segundo informaram.
“Eles reclamam que a troca de gestão modificou, para pior, toda a dinâmica de trabalho, levando à precarização e sobrecarga intensa e, consequentemente, prejudicando o atendimento à população”, diz Gatti.
Ainda de acordo com os médicos, a Fundação ABC teria anunciado redução nas equipes médicas: de quatro para três, durante o dia, e de três para dois médicos no período noturno. A mudança, pontua o presidente do Simesp, vai intensificar a rotina de trabalho piorando a assistência àqueles que buscam atendimento nessas unidades.
“Com a redução no número de médicos, as escalas passaram a ser preenchidas com médicos contratados como pessoa jurídica ou pagos por ‘caixa 2’, precarizando as relações trabalhistas”, observa Gatti. “Embora seja obrigação do município oferecer assistência médica à população, a administração pública não tem qualquer controle sobre a qualidade do profissional e do trabalho que é realizado para o cidadão de Guarulhos na ponta do sistema de saúde.”
O Simesp está dando assistência jurídica aos casos de médicos demitidos. Além disso, o presidente do Simesp levará as denúncias à Secretaria Municipal de Saúde de Guarulhos, responsável pela contratação das OSs para gerirem os equipamentos de saúde pública municipais.
Os próximos passos serão discutidos na assembleia dos médicos da rede municipal de Guarulhos, agendada para 31 de agosto.
Fonte: Simesp