O Programa de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Amaral Carvalho (HAC) acaba de completar 20 anos de existência. Neste período, foi atingida a marca de 2,6 mil transplantes realizados.
No último ano, foram 206 procedimentos. Destes, foram 86 autólogos (mais simples, em que são utilizadas células do próprio paciente), 81 alogênicos aparentados (envolve a infusão de células de um doador para um paciente receptor) e 39 com doadores voluntários não aparentados.
Os números foram informados pelo hematologista Vergílio Antonio Rensi Colturato, coordenador do TMO do Amaral Carvalho e presidente da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO).
“Nesses 20 anos, pude vivenciar grande desenvolvimento na área, com evidente otimização do serviço, quer no número de atendimentos, nos resultados obtidos, assim como no nível e qualificação dos recursos humanos envolvidos”, pontua Colturato.
O serviço de TMO do Amaral Carvalho é considerado referência nacional, já tendo atendido pessoas de todos os Estados brasileiros. “Os quatro primeiros pacientes submetidos a transplantes alogênicos em nosso serviço, em 1996, estão vivos até hoje”, relembra o coordenador.
O programa no HAC conta ainda com residência médica própria (três vagas anuais), estágios oficiais para residentes de outras instituições, assim como para enfermeiros, biólogos e outros profissionais.
Tratamento
O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia aguda, leucemia mieloide crônica, leucemia mielomonocítica crônica, linfomas, anemias graves, anemias congênitas, entre outras.
Trata-se da substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável, conforme informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca)
O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente. No transplante alogênico, a medula vem de um doador. O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.
O número de doadores voluntários tem aumentado expressivamente nos últimos anos. Em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos. Agora, segundo o Inca, há 4 milhões de doadores inscritos no Brasil. A chance de se identificar um doador compatível, no Brasil, na fase preliminar da busca é de até 88% e, ao final do processo, 64% dos pacientes têm um doador compatível confirmado.
No Brasil, são 70 centros para transplantes de medula óssea. Destes, 30 realizam transplantes com doadores não aparentados e estão distribuídos por oito Estados e no Distrito Federal.
Fonte: Comércio do Jahu