Joinville registrou pelo menos 13 pequenos surtos de caxumba neste ano, nos meses de junho e julho. Os dados são da Vigilância Epidemiológica de Joinville, em Santa Catarina, que constatou que 44 pessoas foram infectadas nestes pequenos surtos, quando mais de quatro pessoas do mesmo convívio são diagnosticadas com a doença.
Não se sabe quantos casos de caxumba houve em Joinville neste ano, pois em fevereiro o Ministério da Saúde determinou que somente surtos sejam notificados, o que não inclui casos isolados. Em 2015, foram 91 casos isolados, mas nenhum surto. Em 2016, a cidade segue uma tendência nacional de aumento no número de surtos de caxumba.
Aline Costa da Silva, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Joinville, informou que os casos foram diagnosticados em vários bairros da cidade. Segundo ela, surtos foram registrados em empresas, escolas e até no 62º Batalhão de Infantaria.
— Como tem a vacina e boa cobertura da população, não era esperada esta quantidade de surtos em Joinville. A média que a gente vinha recebendo era de cinco casos isolados por mês. Diminuiu bastante na primeira semana de agosto. A tendência é que o surto se acalme – disse Aline. Ainda assim, a coordenadora da Vigilância diz que a população precisa ficar em alerta.
A doença é facilmente transmitida por meio de gotículas do ar ou pela saliva. A transmissão se dá mais durante o período de frio e ambientes fechados favorecem esta transmissão. A caxumba é de fácil identificação, porque as glândulas salivares do pescoço ficam maiores.
Entre janeiro e maio deste ano, não foi constatado nenhum caso de surto de caxumba em Joinville. Houve apenas casos isolados. Em junho, foram dois surtos, com cinco casos. Já em julho, o número impressionou: 11 surtos, com 39 pessoas infectadas, fora os casos isolados.
A Secretária de Saúde tem enviado um alerta para os profissionais, relembrando como é que se faz o tratamento. Quem convive com pessoas diagnosticadas com caxumba e não se vacinou, deve procurar uma unidade de saúde para uma avaliação vacinal.
A vacinação é feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos 55 postos da cidade. O tratamento é feito com medicação. De acordo com Aline Costa, o médico decide qual a medicação de pessoa para pessoa. Quem estiver com caxumba, deve se afastar das atividades e ficar de repouso.
– Tem que ficar em alerta. Se não tratar pode trazer consequências. A letalidade é baixa, mas pode deixar uma sequela. Tanto o homem quanto a mulher pode ficar estéril – disse.
Entre os cuidados, está manter os ambientes arejados, a chamada “etiqueta da tosse” e não compartilhar materiais de uso como talheres e copos.
As pessoas que nasceram antes 1996, quando ainda não havia a vacina em Joinville, podem procurar uma unidade de saúde, os postinhos, caso não tenham se vacinado ainda ou não lembrem.
FIQUE ATENTO
O que é?
Caxumba é uma infecção aguda, contagiosa, caracterizada por aumento
e dor, uni ou bilateral, das glândulas salivares. É uma virose que ocorre primariamente em crianças e adolescentes. Em um terço dos casos, a infecção não apresenta sintomas, sendo a meningite e a inflamação dos testículos e epidídimo duas importantes manifestações da doença.
Como se transmite?
Via aérea, através da disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. Por isso, as pessoas podem contrair a
doença em baladas e outros locais fechados com grande concentração de pessoas
Quais os sintomas?
Febre, mal-estar, dor e inchaço no pescoço. Frequentemente, dificuldade pra engolir.
Qual o tratamento?
Não tem tratamento específico, mas não costuma dar muita complicação.
Qual a forma de prevenção?
A prevenção da doença é por meio das vacinas tetraviral ou triviral. Para as crianças, têm esquemas de reforço de dose. Os postos de saúde oferecem gratuitamente.
Fonte: A Notícia