O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) solicitou uma audiência com o secretário de Defesa Social do Estado, Alessandro Carvalho, para cobrar segurança nos postos de saúde pernambucanos. O Simepe e o Conselho Regional de Medicina (Cremepe) estão preocupados com a integridade dos profissionais durante o exercício da função. A reivindicação ganhou força após o estupro de uma médica cubana do Programa Mais Médicos, na segunda-feira passada, em um Posto de Saúde da Família em Capoeiras, no Agreste. A profissional e o marido, que também é médico cubano do programa, já pediram desligamento e devem voltar ao país de origem nos próximos dias.
“Precisamos melhorar essa situação de segurança para que outra barbárie como essa não volte a acontecer”, destacou o presidente do Simepe, Tadeu Calheiros.
Ao lamentar o estupro, ele enfatizou que o crime foi a exposição de uma tragédia anunciada. “O caso foi em Capoeiras, mas poderia ter sido em qualquer outro município, inclusive no Recife. Isso porque nós temos médicos em vários desses postos que relatam insegurança. Já foram verbalmente ameaçados com armas empunhadas. Não temos segurança”, reforçou, destacando que a vítima foi uma médica, mas poderia ter sido uma paciente.
O presidente do Simepe elenca que certas brechas favorecem a atuação de criminosos em espaços de saúde, como aconteceu em Capoeiras. Exemplos são a falta de vigilantes, de câmeras ou de outro dispositivo de controle para a entrada e saída de pessoas no local. “Talvez não possa ter uma polícia ostensiva em cada unidade, mas precisamos de alguma segurança. Precisamos de alguma vigilância, nem que seja contratada pela gestão estadual”, disse.
O gabinete da Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que ainda não recebeu o ofício solicitando a audiência do Simepe. A pasta esclareceu que o presidente do Cremepe, André Dubeux, encontrou-se com o secretário Alessandro Carvalho, que determinou à Polícia Civil “total empenho na identificação e prisão do criminoso”. Até o fechamento desta edição, o autor do estupro ainda não havia sido capturado.
Na sexta-feira, 5 de agosto foi realizada uma reunião na Secretária Estadual de Saúde com representantes da Organização Pan Americana de Saúde (Opas) para tratar sobre o apoio à médica e ao marido, além da reposição de profissionais de saúde nos dois postos de Capoeiras. A SES informou que este foi o primeiro episódio de violência contra um cubano do Mais Médicos em Pernambuco.
O Ministério da Saúde já havia se pronunciado na quarta-feira, também em nota. Informou que estava acompanhando o caso e que a supervisão do programa em Pernambuco já estava dando apoio à médica. A profissional recebeu a profilaxia de prevenção após casos de violência sexual.
Fonte: Folha de Pernambuco