A médica Naira Costa Balderramas, presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), participou na sexta-feira (01/07), do última dia do 1º Conselho Deliberativo da Federação Médica Brasileira (FMB). Aos dirigentes sindicais de todas as regiões do país, falou sobre os desafios da entidade para garantir os direitos dos médicos residentes e sobre seu envolvimento em buscar parcerias e apoio para que a entidade seja forte e mantenha-se atuante.
“Em defesa dos médicos residentes a ANMR tem se posicionado junto aos representantes no Congresso Nacional e também estamos cada vez mais próximos dos dirigentes médicos, como fazemos nesse momento com a FMB. Agimos em prol da residência médica e dos médicos residentes de maneira que temos frentes de diálogo com o propósito de melhorar o ensino aos residentes e o atendimento à população”, declarou Naiara, que falou sobre dificuldades em estabelecer pontos positivos para o Programa de Valorização do Profissional de Atenção Básica (PROVAB).
“O incentivo à atenção básica deveria ser feito por meio de planos de carreira médica, boas condições de infraestrutura e insumos, além de poder real de resolutividade aos médicos da atenção básica. Desse modo resolveríamos mais de 85% das demandas da sociedade ainda em nível primário, descongestionando os serviços secundários e terciários e fornecendo acesso, integralidade longitudinalidade e coordenação do cuidado qualificados”, comentou.
Naiara lembrou que a qualidade da residência médica passa por uma boa remuneração. “A ANMR sempre defendeu que houvesse reajuste anual pré-definido para que não existisse a necessidade de garantirmos por paralisação de atividades ou manifestaçoes esse direito. No entanto, esta proposta nunca recebeu especial atenção por parte dos governos. A ANMR permanece e permanecerá com essa pauta ativa visando melhores condições aos médicos residentes e para que estes possam ter o mínimo de condições para executar suas atividades de ensino e assistência”, acrescentou.
Apoio na FMB
De acordo com o presidente da FMB, Waldir Araújo Cardoso, quando foi constituída a diretoria da entidade, foi pensado na residência médica. “Temos grande preocupação com a formação médica e por isso estabelecemos um cargo para tratar desse assunto, assim como também definimos um cargo para tratar de assuntos relacionados à mulher médica”, destacou. Para Waldir, a aproximação da FMB e da ANMR será muito produtiva. “Alcançamos assim uma proximidade com parte da categoria profissional que precisa muito do apoio dos dirigentes médicos de todo o país”, completou.
Para a Secretária Geral da FMB, Malu David, a presença de Naiara no 1º Conselho Deliberativo da FMB ampliou os conhecimentos dos dirigentes presentes sobre a residência no país. “Tratamos a residência médica muitas vezes isolada, cada um de nós em sua região de abrangência sindical. Observamos no entanto que é um problema nacional e comum em todas as regiões do país. Essa convivência com a ANMR é muito importante”, destaca.
“A FMB demonstra grande preocupação com a formação médica e com o médico jovem, que tem uma longa jornada profissional a percorrer. Estamos dispostos e abertos a apoiar a ANMR e esse primeiro encontro serviu para criarmos o vínculo necessário para uma atuação conjunta na área”, destaca Guilherme Augusto Pulici, secretário do Formando e Médico Jovem da FMB.
Como está
De acordo com dados da ANMR, mais de 23,3 mil médicos estavam inscritos e participando de residência médica em todo o país em 2015. Estes médicos têm direitos adquiridos como: descanso de 6 horas imediatamente após o plantão, proibido plantão de sobreaviso, direito a alimentação e moradia, todas as atividades devem ser supervisionadas, contribuição INSS: 10 meses de carência; licença-maternidade, licença-gala, licença-saúde, licença-paternidade; bolsa com valor bruto de R$ 3.330,43 e 11% de valor descontado para o INSS; carga horária máxima semanal de 60h/24h plantão (sendo 80-90% práticos e 10-20% teóricos); atividades teóricas obrigatórias: bioética, ética médica, metodologia científica, epidemiologia e bioestatística; avaliações no mínimo trimestrais; obrigatória apresentação de monografia ou artigo científico para conclusão.