Mesmo em pleno inverno, os pacientes da emergência do Hospital Conceição, em Porto Alegre, não têm escolha. Com a superlotação nessa sexta-feira (1 de julho), os doentes precisam ser colocados em colchões para poder descansar e receberem o tratamento possível. O Sindicato Médico do RS (Simers) denuncia que, no começo da manhã, eram cerca de 150 pacientes na unidade, que tem 66 vagas. Ou seja, a ocupação é de mais que o dobro da capacidade (quase 130%). Imagens das condições a que são submetidos os doentes foram registradas durante a noite.
Os números indicavam que para 14 leitos na sala laranja, onde ficam casos graves, havia quase 30 enfermos. Na sala vermelha, que recebe situações de parada cardíaca e outras situações de urgência, eram sete casos para seis vagas. Na área chamada de sala verde, com 42 vagas, o número era superior a 110 pacientes, com pessoas colocadas no corredor (onde estavam em cadeiras e colchões) e em outros ambientes por falta de espaço. “É um tipo de transbordamento, as pessoas ficam na área dos ‘obs’, de observação”, descreve o Sindicato.
A situação no Conceição se agravou desde que houve maior restrição de leitos de retaguarda em hospitais como o Universitário, de Canoas. Os pacientes eram transferidos para as instituições, pois não têm como ser internados nas unidades do Conceição por falta de vagas. Segundo dados do próprio Ministério da Saúde, Porto Alegre teve redução de 200 leitos do SUS entre 2010 e 2015. O Sindicato adverte que cabe à prefeitura de Porto Alegre, gestora do SUS, de providenciar as condições para ter mais leitos. A situação se agrava a cada mês. Além disso, com a população cada vez mais idosa, o fluxo de pacientes cada vez aumenta mais.
Fonte: Simers