A situação catastrófica dos serviços de saúde no Rio Grande do Sul vem lesando os profissionais da área e a população. A falta de pagamentos atingia nesta semana mais quatro municípios. Sem receber há mais três meses, especialistas de Pelotas podem suspender as atividades a qualquer momento. Em Santana do Livramento e Canguçu, podem ocorrer paralisações em agosto.
O cenário não é novidade para os gaúchos, mas os danos da crise financeira nos hospitais têm afetado cada vez mais regiões do Estado. No início de julho, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul publicou um balanço das instituições que registravam paralisação ou possibilidade de suspensão da assistência médica.
Os cirurgiões gerais da Santa Casa de Pelotas estão cautelosos com a conjuntura. O prazo para quitação dos débitos com os profissionais encerra na próxima sexta-feira (29). Após a data, em caso de não haver pagamento, os serviços serão suspensos.
Em Santana do Livramento, os médicos das áreas básicas da Santa Casa não tiveram suas remunerações saldadas. O prazo para o pagamento encerrou na quarta-feira (20). Conforme a delegada regional do SIMERS, Luciane Peixoto, a instituição fez uma contraproposta insatisfatória, mas os profissionais decidiram manter a assistência até 31 de agosto.
Os plantonistas do Hospital de Caridade de Canguçu estão vivenciando a mesma condição. São 90 dias de atraso nos pagamentos dos honorários, e eles já anunciaram que podem parar no próximo mês.
O SIMERS acompanha todos os movimentos e negocia com as direções dos estabelecimentos a regularização das pendências. Os motivos que levam a essa situação extrema (quando não há mais alternativa além de paralisação) são meses de atrasos nos pagamentos dos profissionais e a falta de estrutura, insumos e medicamentos para atendimento dos pacientes.
Lagoa Vermelha
No Hospital São Paulo, em Lagoa Vermelha, os médicos tiveram seus honorários de sobreaviso quitados no dia 21 de julho, após três meses em dívida. Porém, o corpo clínico registra também a falta de contratos para as áreas básicas e cardiologia, além de infraestrutura precária. Apesar de permanecerem vigilantes e cautelosos quanto a situação da instituição, decidiram manter os atendimentos após a confirmação do pagamento.
Fonte: Simers