Os pacientes com trauma crânio encefálico (TCE), causados por quedas, principalmente relacionadas a acidentes com motocicletas, lideram o número de remoções em UTI aérea, do interior do Estado do Amazonas, para tratamento em Manaus. São casos de extrema gravidade, que precisam de atendimento especializado nas unidades de urgência e emergência da capital. Em 2015, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Susam), foram 93 casos do tipo. No primeiro semestre deste ano, foram 35 remoções com esse diagnóstico.
Conforme balanço da Susam, no ano passado foram removidos do interior para Manaus, em UTI aérea, 774 pacientes em estado grave, uma média de 64,5 ao mês. No primeiro semestre deste ano, de janeiro a junho, foram 267, o que representa aproximadamente 44,5 por mês.
Em 2015, o Governo do Estado direcionou R$ 14,7 milhões para o serviço de remoção em UTI aérea. Este ano, a conta deverá fechar em R$ 9,6 milhões, 35% a menos, se for mantida a média mensal de atendimentos. “Ainda assim, é bastante alto o investimento e o serviço é extremamente importante, em virtude das características geográficas do estado”, afirmou o secretário de Saúde do Amazonas, Pedro Elias de Souza, ressaltando o esforço que tem feito em buscar apoio e parceria do governo federal.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, com o qual conversou sobre o assunto, mostrou-se empenhado em ajudar. “A equipe do ministro está agendando para este mês uma reunião no âmbito do Ministério da Defesa, com o qual pretendemos alinhavar um acordo de cooperação, para uso de avião da Força Aérea Brasileira (FAB), como reforço no transporte aeromédico”, adiantou Pedro Elias.
Balanço da remoção
No balanço do serviço de remoção em UTI aérea, no primeiro semestre deste ano, estão entre as cinco maiores demandas, por conta da gravidade dos pacientes, os casos de traumatismo craniano – TCE (35), os bebês prematuros em risco de vida (23), vítimas de Acidente Vascular Cerebral – AVC (16), pessoas com pneumonia (15) e outras que sofreram infarto agudo do miocárdio – IAM (15).
No ano passado, foram 93 casos de TCE; 66 de prematuridade; 55 de AVC; 48 de pneumonia; e 23 de sepse (infecção generalizada). Os casos de IAM aparecem em seguida, com 20 pacientes atendidos.
Segundo o secretário adjunto de Atenção Especializada do Interior, Roberto Maia, da Susam, a remoção de pacientes por meio de UTI aérea é feita seguindo critérios previstos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Protocolo de Manchester, que é adotado internacionalmente para classificação de risco. “A remoção se dá após os médicos do município entrarem em contato com a equipe de regulação da Susam e, em conjunto, avaliarem a situação do paciente. O paciente é resgatado já com o leito na capital garantido”, explicou.
Fonte: A Crítica