Cerca de 160 médicos foram embora do Acre nos últimos 18 meses. A remuneração paga pelo governo do Acre não é condizente com o trabalho exercido, segundo a opinião de 75% desses profissionais.
Eles responderam questões do Conselho Regional de Medicina (CRM) ao solicitarem a transferência para outros estados. Para 77% deles, as condições de trabalho oferecidas nas unidades mantidas pelo poder público são desfavoráveis. E o mesmo percentual de médicos disse, na entrevista, que a oportunidade de emprego no Acre não atenderam às suas expectativas.
O estudo também revela que o fato de estar longe da família influenciou na decisão, segundo opinaram 80% dos médicos, e 44% deles não aprovaram a estrutura da capital Rio Branco como lugar para morar e trabalhar.
“Constatamos que 80% deles são jovens, recém-formados e ainda lutam por registro de especialidade. Ou seja, saíram em busca de residência médica noutros centros”, explica Caroline Arruda, coordenadora de Registros do CRM, responsável pela pesquisa e pela tabulação dos números. “Nossa meta é entrevistar 300 profissionais. Teremos um cenário bem mais esclarecedor ao final deste estudo”, concluiu.
Há pouco menos de um mês, sete médicos decidiram buscar oportunidades no estado da Bahia. Um considerável grupo não se sentiu atraído pelas residências médicas oferecidas no Acre, onde ainda não há espaço para espacialidades como Reumatologia, Diagnóstico por imagem, Endocrinologia e Dermatologia.
O Acre é o estado do Norte com menor número de médicos por cada grupo de mil habitantes. A média de 1,06 é atestada pela Demografia Médica mais atual, publicada em 2013.
Fonte: Folha do Acre