Em uma assembleia que durou mais de três horas e terminou quase no final da terça-feira, os médicos municipários de Santa Maria deliberaram pela criação de uma comissão de negociação permanente com a Prefeitura, que tem como objetivo discutir e criar melhores condições de trabalho para a categoria na cidade. Durante o encontro, organizado pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e Sindicato dos Médicos de Santa Maria (Sindomed), a categoria também deliberou pela realização de uma audiência com representantes do Ministério Público do RS para debater questões relativas à categoria.
Na assembleia, os médicos reforçaram que enfrentam várias dificuldades para o exercício da profissão, como a falta de condições de trabalho, equipamentos e, muitas vezes, de higiene nos postos de saúde municipais. A possibilidade de que seja adotado o ponto eletrônico para todos os servidores da cidade também foi debatida e como vai ocorrer a mudança para o novo formato. Os profissionais ainda reclamaram de que a remuneração paga pela Prefeitura não é atrativa e que, por isso, há poucos inscritos nos concursos abertos no município. “Estamos buscando que a categoria exerça a medicina de maneira ampla e adequada, mas temos pactuações antigas, envolvendo a distribuição de tarefas e horários, que colocaram as remunerações dos médicos aquém do mercado”, salientou a vice-presidente do Simers, Maria Rita de Assis Brasil.
Encontro com o Prefeito
No início da tarde, a direção do Simers e do Sindomed reuniram-se com o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, e com a secretária municipal de Saúde, Vânia Olivo. No encontro, a vice-presidente do Simers ressaltou a necessidade de rediscussão do exercício profissional no município. “Perdemos muitos médicos nos últimos anos. Por isso, precisamos de uma carga horária com pactuação diferenciada”, afirmou.
O prefeito Schirmer disse que a instalação do ponto eletrônico é uma realidade próxima e que vai verificar a melhor forma de fazer a transição para o novo modelo de registro de carga horária. Também reconheceu que é necessário criar formar de atrair mais profissionais para os concursos. “Temos que buscar uma alternativa para mudar esse quadro. Algumas profissões atraem mais interessados, enquanto que os concursos para médico não”, disse.
O Simers entregou à secretária de Saúde uma sugestão de implementação de carga horária nos moldes do que já ocorre em outras cidades, nas quais as horas além da carga de trabalho são cumpridas como preceptoria, qualificação ou especialização, a exemplo do que ocorre com os professores. A secretária se comprometeu a analisar a proposta.
Fonte: Simers