A obesidade é uma disfunção que assusta cada vez mais pelos seus índices em todo o mundo. Dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, do Ministério da Saúde, mostram que, em 2013, aproximadamente 8% de todas as crianças de 0 a 5 anos eram consideradas obesas no Brasil. Em números absolutos, eram 345.270 crianças nessa condição, dentro da faixa etária, o que representa um aumento de 79,3% desde 2008. Obesidade é uma doença e é preciso preveni-la. Para isso, a família é fundamental e o principal exemplo. Veja algumas dicas sugeridas pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso):
– Comer bem pode ser divertido: Escolha um dia para que as crianças participem da preparação das refeições. Leve-os à feira-livre, por exemplo. Faça o preparo dos alimentos em conjunto. Faça a refeição à mesa, com a família reunida. Se possível, planeje as demais refeições. Faça listas de supermercado, para não exagerar nas compras. Tenha frutas, verduras e legumes em casa, à disposição, e visíveis para as crianças.
– Beber água é fundamental para ter mais saúde: Evite bebidas açucaradas. Não espere a criança ter sede para oferecer água, vá oferecendo aos poucos, ao longo do dia.
– Gastar energia, brincando: Ajude seus filhos a praticar atividades que requeiram esforço físico. Promova uma corrida de bicicleta, leve-os ao parque, junte os amiguinhos para jogos de futebol. Limite o tempo da TV, do computador ou smartphones. Essas atividades roubam tempo precioso que poderia ser usado para se exercitar.
Desencadeadores
Causada principalmente pela ingestão inadequada de alimentos e falta da prática de exercícios físicos, a obesidade é também desencadeada por fatores ambientais, além de biológicos, hereditários e psicológicos. Seu tratamento requer um diagnóstico detalhado, orientação nutricional e mudanças no estilo de vida. Além disso, é necessário convencer a criança a se alimentar de forma diferente dos seus colegas.
Na fase de crescimento é muito importante que os pais estejam atentos. Brincadeiras de rua, em grupos, são positivas tanto para o físico quanto para o emocional. O incentivo destas atividades possibilita uma maior socialização. Afinal, o isolamento provocado pela obesidade é natural, por se acharem diferentes do seu grupo.
A principal causa da obesidade é ambiental: alimentação inadequada e pouca atividade física. Menos de 5% dos casos se deve a doenças endocrinológicas. A hereditariedade pode ser um fator de risco, mas ela só se manifesta se o ambiente permitir. Em outras palavras, a genética só se manifesta se o ambiente for favorável ao excesso de peso. O tratamento e acompanhamento das crianças com excesso de peso envolve vários aspectos e é sobretudo comportamental, enfocando reeducação nutricional e mudanças no estilo de vida. Um ponto importante, toda a família deve estar envolvida, pois os pais, antes de mais nada, devem dar o exemplo.
Na fase de crescimento é muito importante que os pais estejam atentos quanto ao desenvolvimento orgânico e emocional dos seus filhos. Brincadeiras de rua, em grupos, são positivas tanto no aspecto físico quanto emocional. O incentivo a estas atividades possibilita uma maior socialização. Um dos grandes pontos de preocupação em relação às crianças com excesso de peso é o receio de se isolarem, por se acharem diferentes do seu grupo.
A orientação nutricional deve ser diferenciada. O ideal é que seja prazerosa. É interessante, também, que vá sendo implantada aos poucos, sem ser radical. O importante é que, tanto os pais quanto os endocrinologistas, trabalhem para que a criança não se torne um adulto obeso. De acordo com dados publicados no livro “Pontos para o Gordo” do Dr. Alfredo Halpern, a criança obesa na puberdade tem 40% de chances de manter este quadro na vida adulta. No caso de adolescentes, esta chance aumenta para 70%.
Ainda segundo o especialista, o objetivo primordial do tratamento é que, no mínimo, a criança pare de engordar. “O ideal é alterar a alimentação diária de toda a família”, afirma. O Dr. Halpern indica que os cuidados com uma alimentação saudável devem ser aplicados desde o início da vida dos filhos. Pesquisas comprovam que os índices de obesidade crescem devido aos estilos de vida pouco saudáveis (com alimentação desregrada e sedentarismo).
Assim, ao identificar o ganho excessivo de peso nas crianças, procure orientação médica. Vale lembrar que cerca de 10% da obesidade infantil é causada por distúrbios endócrino-metabólicos. E, nestes casos, o diagnóstico e tratamento imediatos são ainda mais necessários.
Fontes: SBEM / Abeso / EBC