Os movimentos denominados de “orgulho” sempre partiram de minorias, como os LGBTs, por exemplo. Todos vieram da mobilização de grupos de pessoas que são, por um motivo ou pelo outro, “diferentes” do que é considerado “normal” e típico na sociedade em que vivemos.
A palavra “orgulho” também é usada para se opor à “vergonha” que os diferentes, em geral, sentem por serem assim. Portanto, quando falamos de “orgulho autista”, estamos dizendo que o autista tem que ter orgulho de ser como é, e que a sociedade não deve tentar enquadrá-lo no que considera como normal, mas sim aceitá-lo por completo com todas as suas particularidades.
Queremos mostrar para a sociedade que os autistas também têm seu lugar ao sol, também podem produzir, ter amigos, ir ao cinema, conviver em sociedade, bem o contrário do que acontecia antigamente, quando muitos viviam escondidos por suas famílias em casa.
Quanto a nós, pais de autistas, se queremos que nossos filhos tenham orgulho de serem quem são, precisamos ajudá-los a construir uma autoestima forte. E isso começa com aceitá-los completamente e sem reservas.
Não estou dizendo pra deixar as terapias e tratamentos de lado! Devemos ajudar nossos filhos a superarem suas dificuldades para que possam alcançar todo o seu potencial. Mas devemos amá-los como são, e não como gostaríamos que fossem. Devemos mostrar a eles que não há nada de errado em ser diferente, e que é a diferença que dá graça ao mundo.
Tenho orgulho do meu filho com todas as suas qualidades, defeitos e dificuldades. Sei que, muitas vezes, não é fácil ser ele. Ele é um baita de um guerreiro!
E digo isso a ele todos os dias: que eu o amo, eu o aceito, tenho orgulho de ser mãe dele. Espero estar, de alguma forma, contribuindo para que o Theo tenha orgulho de ser quem é no futuro!
Quanto à sociedade, o que espero é aceite e acolha melhor as diferenças. Já falei isso antes e repito: ninguém diz a um cego que ele deve fingir ser “menos cego” para ser mais aceito pela turma na escola. Então, por que eu insistiria para o meu filho parecer “menos autista”? Algumas crianças riem quando estão felizes. Outras batem palmas. Outras dão pulinhos e fazem barulhinhos.
E viva a diversidade! Viva o diferente!
Fonte: Autismo e Realidade