Vivendo tempos difíceis, os trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) se reuniram com ativistas do Movimento em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). O encontro serviu para discutir a situação pelas quais os funcionários estão passando, e que vem afetando a qualidade da assistência prestada ao usuário.
A partir da entrada de novos gestores, foram adotadas novas normas que contrariam portarias ministeriais, como, por exemplo, a desativação do Núcleo de Educação Permanente (NEP) e do serviço das Motolâncias – Grupo Motorizado de Atendimento às Urgências (GMAU). Este último, apesar de suspenso, não foi notificado ao Ministério da Saúde. A medida poderá acarretar em cortes de verbas.
Para a presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT), Eliana Siqueira, o fim do serviço e o consequente corte de recursos representam o sucateamento ainda maior do SAMU. “Os relatos dos profissionais são de que faltam desde medicação para o atendimento, até insumos básicos para a manutenção da vida como tubos oro-traqueais, para intubação do paciente grave até balas de oxigênio portátil para ressuscitação em parada cardio-respiratória, destacou.
Os profissionais ainda reclamam de assédio moral. “Eles relatam que têm sido humilhados, ameaçados, transferidos de unidades e até exonerados sem justificativas técnicas, causando transtornos ao serviço que preza por alto grau de reconhecimento junto à população”, revelou Eliana.
Diante disso tudo, os trabalhadores decidiram fazer um abaixo assinado, que foi entregue hoje (09/05), pela manhã, à Comissão de Ética da Secretaria de Estado de Saúde (SES), ao Ministério Público e outros. Na ocasião, uma Comissão eleita pelos trabalhadores foi recebida pelo secretário Eduardo Bermudez, juntamente com o Sindicato da categoria, a fim de discutir sobre os problemas apresentados.
hoje (09/05), às 19h, haverá nova reunião com todos os trabalhadores do SAMU e o Movimento em Defesa do SUS, para tomar conhecimento das propostas apresentadas, além de deliberar sobre os próximos passos conjuntos que trabalhadores e a sociedade civil organizada tomarão para proteger os “anjos azuis”.
“Essa parceria já ocorreu em 2012 quando saímos vitoriosos na luta contra a privatização do SAMU”, diz Raysa Moraes, usuária do SUS. Os trabalhadores denunciam que no governo atual ainda rondam os velhos espectros da privatização e da militarização de olho nas verbas do SUS.