Giovana Gomes Ribeiro – PHD em Reumatologia, é 2ª secretária do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (Simesc)
O dia 10 de maio é marcado como o Dia Mundial de Luta Contra o Lúpus. Esta doença, assim como as demais doenças autoimunes, são aquelas nas quais o sistema imunológico fica desorientado, atacando o próprio organismo que deveria proteger. Embora o Lúpus atinja pelo menos 200 mil brasileiros, os sintomas ainda são desconhecidos por grande parte da população, que muitas vezes não procura um médico, dificultando o diagnóstico e consequentemente o tratamento.
Infelizmente, o Lúpus é uma doença que ainda não tem cura e pode ser fatal. Por isso, a importância da população e médicos ficarem atentos aos sintomas que geralmente são cansaço, febre baixa, perda de apetite, queda de cabelo, aftas na boca e principalmente inflamação nas articulações, observada em mais de 90% dos pacientes.
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) está relacionado à predisposição genética e pode ser desencadeado por fatores hormonais e ambientais como luz solar, infecções e alguns medicamentos. Vários órgãos podem ser atingidos como pele, articulações, rins, pulmões e coração.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), as mulheres são nove vezes mais atingidas pelo Lúpus do que os homens. Apesar de mais frequente na faixa dos 20 aos 30 anos, a doença também alcança crianças e idosos.
Vale destacar que muitas vezes o Lúpus é confundido com outras doenças, por isso também é comum a demora no diagnóstico. É necessário que os colegas médicos ao identificarem qualquer sintoma, encaminhem o paciente ao Reumatologista para uma avaliação detalhada dos órgãos afetados.
Dentre as mais de 80 doenças autoimunes conhecidas, o Lúpus é uma das mais importantes e as pesquisas têm avançado na produção de medicamentos que auxiliam os pacientes a terem uma qualidade de vida cada vez melhor.
Nos últimos anos, o arsenal de medicamentos disponíveis para o tratamento do Lúpus aumentou consideravelmente. E o mais importante de tudo: surgiram alternativas aos pacientes para os quais tratamentos convencionais não eram mais eficientes. A administração desses novos medicamentos deve ser realizada em ambientes especializados, como os centros de infusão de imunoterapias, podendo ser obtidos também pelo SUS.
A evolução dos estudos tem trazido importantes avanços, apesar de sabermos que o esforço em busca de tratamentos cada vez mais seguros e eficazes para o Lúpus (e as demais doenças autoimunes) deve ser permanente.