Sem resposta da reitoria da USP, médicos do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) podem entrar em greve na próxima terça-feira (24). A decisão será deliberada em assembleia, às 12h, nas dependências da HU. A 1º convocação para assembleia será às 12h00. A segunda está marcada para às 12h30.
Em documento enviado pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) ao reitor da USP, Marco Antonio Zago, o Simesp exigiu a contratação de médicos, enfermeiros e técnicos suficientes para que o serviço funcione integralmente e, assim, o hospital volte a funcionar plenamente. Até o momento, o Sindicato não obteve resposta.
Ainda no documento, o Simesp alerta que a falta de profissionais está causando uma deterioração da assistência e do ensino, além de superlotação das unidades de pronto-socorro adulto e infantil. A crise no HU se arrasta desde 2014, com o número de médicos do corpo clínico diminuindo progressivamente. O déficit de profissionais é originário do Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV) da USP, responsável pela saída de 213 profissionais. A exigência imediata é que sejam feitas as contratações.
“A falta de médicos está gerando uma condição de trabalho insustentável para aqueles que ficam e tentam manter o atendimento à população. Chegamos ao ponto de termos médicos que pedem demissão espontaneamente por conta disso”, diz o secretário de Comunicação e Imprensa do Simesp, Gerson Salvador.
Salvador alerta que se o hospital não contratar imediatamente os novos profissionais, outros prontos-socorros poderão fechar, uma vez que todo o sistema de atenção à saúde está com falta de trabalhadores e não conseguem atender à demanda da população corretamente. “O corpo clínico do pronto–socorro do HU precisa ser reconstituído com urgência, pois todos os PSs já estão com sobrecarga no atendimento, tornando impossível absorver essa população que estará desamparada e garantir a qualidade na assistência à saúde”, finaliza o diretor do Simesp.