O governo de SC deve aos hospitais que atendem SUS, mais de 50 milhões de reais, débitos referentes desde maio do ano passado. Ainda nesta quinta-feira o secretário da Saúde deve anunciar a suspensão das cirurgias eletivas de mutirão, em função da falta de recursos, o que agravará ainda mais a crise no setor.
Representantes das entidades hospitalares de Santa Catarina – Associação e Federação dos Hospitais e Federação dos Hospitais Filantrópicos de SC (AHESC-FEHOESC-FEHOSC), comunicaram ao secretário de estado da Saúde, João Paulo Kleinubing, nesta quinta-feira pela manhã, que poderão entrar na justiça contra os governos estadual e federal para garantir o pagamento dos serviços prestados aos usuários do SUS. A dívida do governo estadual, num levantamento prévio, chega a R$ 49 milhões de reais, referente à 47 hospitais que atendem SUS, mas os valores devidos são superiores, já que 180 hospitais privados e filantrópicos atendem 70% da população catarinense. Estes valores se referem à realização de cirurgias eletivas, Incentivo Hospitalar, além de valores extrateto de serviços prestados. O vice-presidente da FEHOESC, Giovani Nascimento, foi enfático ao afirmar: “os hospitais estão financiando o estado e a União, quando deveria ser o contrário, a única saída é a judicialização, a população não pode ficar sem atendimento”. O presidente da AHESC, Altamiro Bittencourt, cobrou do secretário da Saúde, um cronograma de pagamento dos atrasados, e colocou as entidades hospitalares à disposição, para buscarem juntos alternativas por mais recursos.
O secretário João Paulo Kleinubing, voltou a falar sobre a falta de recursos por parte do governo, em função da queda da arrecadação, além dos atrasos dos repasses por parte do governo federal . Kleinubing anunciou que irá quitar os débitos referentes ao pagamento dos Incentivos Hospitalares de 2015 ainda nesta quinta-feira e que até final do mês deverá pagar os valores referentes às cirurgias eletivas de 2015 até fevereiro de 2016. No total os valores devem chegar a 12 milhões de reais. Não há previsão de pagamento de outros débitos. Ainda nesta quinta-feira à tarde, segundo o secretário, durante reunião da CIB (Comissão Intergestores Bipartite), será definido se as cirurgias eletivas de mutirão serão suspensas. Caso seja confirmada a suspensão o presidente da FEHOSC, Hilário Dalmann prevê o agravamento da crise no setor, com fechamento de unidades além de demissões de funcionários, “o que está ruim ficará ainda pior”, alerta. “A principal preocupação das entidades é com a população, que corre o risco de ficar sem atendimento já que muitos em função da crise, migraram dos planos de saúde para o SUS”, destaca o diretor executivo da AHESC-FEHOESC, Braz Vieira.
Fonte: Fehoesc