A Fundação Altino Ventura e o Hospital Owaldo Cruz, no Recife servirá de modelo em ações para tratar a microcefalia associada ao vírus da zika. A intenção é criar um plano de ação global sensorial e de apoio às crianças e suas famílias. Para isso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) enviou um de seus consultores, na manhã desta quinta-feira, 26 de maio, para entender o que está sendo feito.
A entrega desse documento ainda não tem data definhada. Porém, de acordo com o consultor Koenraad Vanormelingen, a Univef pretende elaborar o plano o quanto antes. “Não temos tempo a perder. Nunca iremos recuperar um dia perdido na vida dessas crianças”.
Ele já adianta que o plano deverá conter três esferas: a continuidade do acompanhamento em casa, centros de saúde capacitados para atender essas crianças e a descentralização dos centros de referência.
“A grande maioria dos estímulos não precisa ser feitos por especialistas. Mas, precisamos organizar uma hierarquia de cuidados. Nossa preocupação é com os municípios mais pobres e com a falta de apoio a essas crianças e famílias que moram nesses lugares. O desenvolvimento dessas crianças vai depender do atendimento e do acompanhamento. Vimos aqui pessoas que viajam cinco horas para serem atendidas. Temos que encontrar uma solução para descentralizar esse apoio”, pontua.
Durante a visita à fundação, o consultor não se ateve apenas a circular pelas áreas de terapia sensorial. Ele ainda conversou com os profissionais e deu dicas para as mães.
“Ele falou comigo. Perguntou o estado da minha filha e deu dicas para mim de como estimular mais, pediu para eu continuar o que é feito aqui em casa. Espero que ele leve essa experiência para mães em todo o mundo”, comenta a dona de casa Inabela Souza, mãe da pequena Graziela Vitória, de seis meses.
Cerca de 130 bebês portadores da malformação são atendidos por semana na Fundação Altino Ventura, segundo a presidente Liana Ventura. “É importante que a Unicef esteja chegando perto e tocando nas necessidades, ouvindo as mães e os pais, as instituições e profissionais. Essa adequação das politicas de atenção é muito importe e precisamos estar juntos porque, caso contrario, pode haver lacunas e quem sofre são as crianças”, destaca Ventura.
Fonte: G1 PE