Os dirigentes da Federação Médica Brasileira (FMB) estiveram reunidos na quinta-feira (14/04), em São Paulo, com presidentes e representantes de Sindicatos de Médicos de todo o país e também com o presidente da Federação Médica da Amazônica (Femam), Wilson Machado. O encontro foi mais uma oportunidade dos dirigentes sindicais reforçarem a parceria de trabalho e apresentarem as questões individuais verificadas em cada Estado e cidade representados.
O presidente do Sindicato de Santa Catarina (Simesc), Vânio Cardoso Lisboa destacou a importância da reunião dos presidentes como forma de fortalecer a Federação e também a troca de experiências. Frisou que em junho o Conselho Superior das Entidades Médicas de Santa Catarina (Cosemesc), realiza em Florianópolis o Fórum das Entidades Médicas (Femesc), que abordará as questões do trabalho médico.
De acordo com o diretor administrativo do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), João Fonseca Gouveia, em seu Estado, uma das grandes preocupações são “os planos de saúde oportunistas e também os contratos precários com as organizações sociais”.
A terceirização também é um dos itens de alerta para os dirigentes do Sindicato dos Médicos de Tocantins. “A população precisa de médico independentemente do tipo de contrato. É uma situação delicada porque temos que defender os médicos e orientar para que não aceitem a remuneração baixa e acaba que é aberto espaço para as empresas assumirem o serviço porque a população cobra o atendimento”, afirmou a presidente Janice Pankow, que também é vice-presidente da FMB.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Mário Jorge Lemos de Castro Lobo, falou sobre a eleição na entidade e sobre a posse do novo presidente, Tadeu Calheiros, que será realizada no final de abril. Sobre as questões que envolvem a categoria médica, Mário Jorge detalhou a “negociação de remuneração dos medicos da rede pública que está sendo realizada com o Ministério Público” e também destacou a discussão que envolve a carga horária dos plantões. Comentou a implantação da ISO 9000 e a importância desse método para a gestão administrativa do Simepe.
Parcelamento da saúde
O presidente do Sindicato de Campinas e Região (Sindmed), Casemiro Reis Júnior alertou sobre os problemas que estão sendo verificados em sua área de atuação e também em outras partes do país, que é o parcelamento da remuneração mensal dos profissionais da saúde em até três vezes. “É grave porque estamos em ano de eleição, quando os prefeitos são mais generosos e não se esquivam de negociações. Só que os índices que estão sendo negociados não repõem a inflação e a grande briga é receber o já trabalhado. Apesar dessa negatividade, é um momento em que os sindicatos médicos podem se legitimar e se fortalecer”.
De acordo com Eduardo Luis CruellsVieira, presidente do Sindicato dos Médicos de Sorocaba, a entidade que dirige não se furtou em participar das negociações e da greve dos servidores públicos municipais. “Houve uma negociação e infelizmente foi aceito um índice abaixo do índice inflacionário, mas vamos manter as atenções voltadas em recuperar esse valor. Esse movimento fortaleceu a categoria e principalmente, a imagem do sindicato”.
Sobre o Sindicato dos Médicos de Anápolis, Iron Antônio de Bastos comentou que a questão de pagamentos também está complicada. “Antigamente a gente recebia pouco e hoje não recebe nada em alguns lugares. Convivemos com salários parcelados e não conseguimos sentar para negociar”.
Representando o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), o secretário de Relações do Trabalho da entidade e secretário de Finanças da FMB, José Erivalder Guimarães de Oliveira destacou que o momento é de “apagar incêndio o tempo todo”. Falou das questões dos médicos da cidade de São Paulo e também dos que atuam nas cidades de abrangência como no Vale do Paraíba e Bertioga. “Esses momentos de crise são ruins, mas são importantes porque a gente conhece mais a fundo a realidade do médico. É a oportunidade para que a gente esteja mais junto dos profissionais e haja o crescimento de associados”.
Atenção aos estudantes
Edilma de Albuquerque Lins Barbosa, do Sindicato dos Médicos de Alagoas, citou a atenção que os sindicatos e a FMB devem dispensar à orientação aos estudantes de medicina sobre a carga horária de trabalho excessiva. “Eles são jovens mas não é por isso que devem realizar longas e exaustivas jornadas de trabalho e plantões”. Falou também sobre o governo do Estado e em os municípios não demonstram preocupação em realizar concurso público e com isso, a terceirização dos serviços deverá ser inevitável.
O ex-presidente do Sindicato dos Médicos de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande (Sindimed Santos), Álvaro Norberto Valentim da Silva, apresentou a presidente recém eleita e empossada, Maria Cláudia Santiago Cassiano, a primeira mulher a comandar a entidade. “Em nossa região além da preocupação com a remuneração dos profissionais, há grande preocupação com o decreto que pode prejudicar a atuação dos médicos peritos”.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Rondônia, Willian Paschoalim de Mello destacou a preocupação da entidade em melhorar sua estrutura física para melhor atender os médicos e também, em investir na assessoria jurídica. Falou também que a negociação da remuneração está difícil e concordou com os outros colegas que frisaram “que o momento ruim é positivo porque ajuda a aproximar o médico do sindicato e assim, fortalece e dá mais visibilidade à entidade”. Comentou que o Sindicato está dando suporte físico às entidades de especialidades e acredita que isso também evidencia a entidade e une a categoria.
Amazônia
O presidente da Federação Médica da Amazônia (Femam), Wilson Machado, comentou sobre a estruturação dos sindicatos da região, como do Amapá e do apoio à reestruturação do Sindicato de Roraima. “O prestígio do médico está se perdendo pelo caminho e temos que estar atentos a isso e sermos apoio para os nossos colegas”.
Outros encaminhamentos
Além da participação dos presidentes de sindicatos, o presidente da FMB, Waldir Araújo Cardoso, falou sobre encaminhamentos administrativos da entidade e os trabalhos desenvolvidos nos últimos dias. Foi realizada a reunião do núcleo diretivo da FMB e na sexta-feira, os dirigentes médicos nacionais voltaram a se reunir para tratar de assuntos como o exame para alunos de medicina.