O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT) confirma que a prefeitura de Cuiabá está tentando intimidar os médicos da rede municipal de saúde que estão em greve há 45 dias. “Além da truculência com que estão encaminhando esse processo, na assembleia realizada na segunda-feira (18/04), que tratou sobre a continuidade do movimento, houve a participação de médicos ligados à gestão municipal para votar contra a continuidade da paralisação. Mas estávamos em maioria e foi deliberado que a greve continua”, destaca a presidente do Sindicato, Eliana Siqueira.
Segundo Eliana, a assembleia teve a participação do secretário-adjunto de Saúde da capital, Daoud Abdallah, do secretário adjunto de Estado de Saúde, Werley Perez, do diretor do Hospital Municipal São Benedito, Huark Douglas Correa. “Mas não nos foi apresentada proposta alguma. De positivo é que eles tiveram que escutar nossas reivindicações e comprovaram que o movimento só está durando todo esse tempo porque estamos fortes e unidos”, acrescenta a presidente.
Outra forma de intimidação ao movimento relatada por Eliana Siqueira é a transferência de médicos de unidades de saúde e a ameaça aos médicos contratados. Ela não acredita que a falta de diálogo com a prefeitura seja por conta da contratação de intercambistas e médicos pelo programa Mais Médicos. “São poucas vagas abertas para Cuiabá”, comenta ao desmentir a informação que circulou na imprensa nos últimos dias.
“Os médicos de Cuiabá demonstram seu compromisso com a saúde da população e resistência na luta. A Federação Médica Brasileira (FMB) reafirma seu incondicional apoio ao movimento na certeza da vitória”, destaca o presidente da entidade, Waldir Araújo Cardoso.
Atendimentos
Para que a população não seja prejudicada, além de manter o 30% de atendimento, o movimento grevista tem realizado mutirões de atendimentos. “A população sabe que nossa reivindicação é justa e que se estamos buscando melhorias, quando conquistadas, elas refletirão sobre o usuário do sistema”, destaca.
As reivindicações
Os médicos que trabalham na rede pública de Cuiabá pedem a implantação do piso nacional (R$ 12,9 mil / 20 horas semanais), o pagamento das horas extras e melhores condições de trabalho.
Sobre a ilegalidade da greve, a presidente disse que o Sindicato ainda não foi notificado sobre o assunto.