O tema escolhido para a data em 2016 é “Meus amigos, minha comunidade”.
Dentre os 365 dias do ano, o dia 21 de março foi inteligentemente escolhido porque a Síndrome de Down é uma alteração genética no cromossomo 21, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome, aparece com 3 exemplares (trissomia). A ideia é da geneticista da Universidade de Genebra, Stylianos E. Antonorakis e foi referendada pela Organização das Nações Unidas em seu calendário oficial
Mais interessante ainda do que a origem da data, é a sua razão de existir. Afinal, por que comemorar uma síndrome? Oficialmente estabelecida em 2006 e amplamente divulgada, essa data tem por finalidade dar visibilidade ao tema, reduzindo a origem do preconceito, que é a falta de informação correta. Em outras palavras, combater o “mito” que teima em transformar uma diferença num rótulo, numa sociedade cada vez mais sem tempo, sensibilidade ou paciência para o “diferente”.
A Síndrome de Down foi descoberta em 1862 pelo médico britânico John Langdon Down e apesar de ainda estarmos em situação muito distante da ideal, nesse intervalo de 153 anos, muitos foram os avanços no âmbito da ciência e da sociedade, de forma especial nas últimas três décadas. Basta você observar com os casos da síndrome aparentemente aumentaram. Mas não. É que antigamente as crianças ou adultos com a síndrome pouco saíam de casa.
A Síndrome de Down não é uma doença, e não impede, de maneira nenhuma que o indivíduo tenha vida social. E, nessa questão, já se emenda uma outra, igualmente importante: a inclusão. Felizmente, hoje em dia, isso é lei, mas muitas pessoas ainda desconhecem: criança com Síndrome de Down (ou qualquer outra dificuldade de aprendizado) tem que ser matriculada em escola regular, junto com todas as outras crianças. Essa convivência é extremamente saudável para todos, e a conduta mais eficiente para o aprendizado pedagógico – que se torna um pouco mais demorado devido àquele terceiro cromossomo, mas acontece.
Toda convivência saudável entre amigos e familiares, colegas e sociedade, de maneira atenta a todo tipo de diversidade, é sempre muito enriquecedora. O mesmo acontece quando você tem a oportunidade de conviver com uma pessoa com a Síndrome de Down. Olhe para ela, e não para a síndrome, e você vai descobrir um ser humano tão incrível quanto você.
Fonte: Luciana Bettiol, Ativadora da Rede do Movimento Down / Movimento Down