O presidente da Federação Médica Brasileira, Waldir Araújo Cardoso, participou na quarta-feira (17/02), de reunião com o diretor adjunto da Organização Internacional do Trabalho no Brasil (OIT), Stanley Gacek. O encontro foi realizado na Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL), em Brasília, com a recepção do presidente da entidade, Carlos Alberto Schmitt de Azevedo, acompanhado de seus colegas de gestão, o 1º vice-presidente Wilson Wanderlei Vieira e o secretário-geral José Alberto Rossi
O encontro teve como propósito a discussão da pauta sindical no âmbito nacional e também internacional, com destaque para as questões que envolvem o combate sem fronteiras do trabalho escravo em todas as suas manifestações.
“Os médicos são escravos contemporâneos pois estão trabalhando sem nenhuma garantia trabalhista, sob assédio moral, demitidos arbitrariamente e sem direito a reclamar de nada. Precisamos levar esta situação que, aliás, também acontece com outros profissionais liberais no setor privado, para a OIT. Essa situação com os médicos se agrava porque eles são escravizados pelo poder público, pelas prefeituras”, declarou Waldir Cardoso.
O presidente da CNPL, Carlos Alberto acrescentou que “as pessoas muitas vezes associam o trabalho escravo àqueles trabalhadores que exercem atividades mais rudimentares e de menor valor agregado, mas na verdade, no mundo inteiro, se pratica uma espécie de escravidão contemporânea, com ares modernosos, em que os direitos trabalhistas, a dignidade do indivíduo e a própria independência laboral são permanentemente aviltados e suprimidos. E esse tipo de escravidão contemporânea é praticada, principalmente, contra os profissionais liberais”, denuncia.
De acordo com Stanley Gacek, o Brasil é um bom exemplo quando analisada a prática de representação dos trabalhadores. “Sobre algumas pendências e desacertos entre entidades representativas e o Ministério Público do Trabalho (MPT), que extrapolaram fronteiras, fazemos votos para que ao final os ânimos se pacifiquem e as questões sejam resolvidas na base do diálogo e do respeito mútuo, tendo como objetivo maior o bem estar dos trabalhadores”, comentou.
Gacek informa que pretende se dedicar à promoção de uma maior cooperação e interação entre o movimento sindical brasileiro e o dos Estados Unidos, favorecendo a troca de conhecimentos, educação e qualificação profissional.
Aperfeiçoar
O dirigente da OIT comentou que tem mantido contato com os principais dirigentes do movimento sindical do país, com o intuito de incrementar o programa de intercâmbio com a Florida International University (FIU), através de um Programa de Excelência de Estudos Brasileiros, com o apoio do Centro de estudos da América Latina e do Caribe, que desempenha um papel fundamental para a compreensão e abordagem dos desafios que enfrentam as Américas.
“Nesse contexto, a FIU criou um Programa sobre Sindicatos – Módulo Brasil ( FIU Brazil Trade Union Program), com duração de três semanas, elaborado especialmente para oferecer aos líderes sindicais brasileiros o mesmo nível de educação avançada que a Universidade oferece às pessoas de nível executivo tanto do setor privado quanto do governo”, explica Gacek.
Ainda segundo o dirigente, o programa foi montado para oferecer aos participantes habilidades e ferramentas práticas essenciais para administrar e liderar seus sindicatos e lhes dar uma oportunidade única de explorar as principais questões relacionadas ao movimento trabalhista em um ambiente acadêmico e cultural de altíssima qualidade. O programa também oferece uma intensa experiência de aprendizagem de inglês no renomado Instituto de Idiomas da FIU.
Colaboração e foto: Assessoria de Imprensa / Comitê de Divulgação CNPL