A medicina intensiva é uma especialidade nova, ainda pouco conhecida pela população, porem em franco crescimento. O aumento da expectativa de vida, aliada ao desenvolvimento de novas tecnologias, fez com que pacientes vivam mais e com mais qualidade de vida. Este fato vem motivando profunda mudança no perfil dos pacientes com necessidade de hospitalização. Em todo o mundo cresce o número de internações por motivos mais graves e no Brasil isto não tem sido diferente.
Conforme pesquisa divulgada em 2016 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) o número de leitos de internação, voltados para pacientes que ficam por mais de 24 horas no hospital, vem caindo desde 2010 no Brasil. Entretanto, entre as unidades de terapia intensiva (UTIs), ocorre justamente o oposto, com um crescimento na quantidade de leitos no mesmo período. Destes fatos decorre a demanda de formar profissionais da saúde, entre eles médicos, especializados no atendimento multidisciplinar a estes pacientes graves. Em cenário tão complexo e dinâmico onde uma decisão pode ter impacto de sobrevida a qualidade da formação é crucial. A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) de termina que a formação intensivista seja baseada na aquisição das competências, habilidades e atitudes recomendadas pelo Programa de Competências em Medicina Intensiva-PROCOMI, assim, habilitando este médico para prestar a prova de título da especialidade.
Por ser uma especialidade nova (reconhecida pela AMB em ) existem muitos médicos atuando em medicina intensiva no Brasil que vieram de outras especialidades. Com o crescimento da especialidade houve necessidade de a AMIB garantir formação uniforme aos especialistas.
Existem duas vias de formação do intensivista em nosso país:
1 – Programas de Residência Médica credenciados pelo MEC. Duração de 2 anos. Acesso após conclusão de residência médica reconhecida pelo MEC nas áreas pré-requisito pela Comissão Nacional de Residência Médica – CNRM (Clínica Médica, Cirurgia Geral, Anestesiologia, Neurologia, Infectologia ou Medicina de Família e Comunidade e Pediatria no caso de UTI pediatrica). Esses programas reportam-se à CNRM/MEC e habilitam seu egresso a prestar prova de título de especialista da AMIB/AMB bem como a registrar-se imediatamente após o término do programa de residência como especialista em Medicina Intensiva junto ao CRM. Os residentes recebem bolsa para custeo de suas dispesas básicas durante a formação com valor estabelecido pelo MEC.
2 – Programa de Especialização em Medicina Intensiva (PEMI) em Centro Formador credenciado pela AMIB – PEMI-AMIB. Esses programas ocorrem através de treinamento teórico e prático em centros devidamente credenciados e reconhecidos para tal função e também habilitam seu egresso a prestar prova de título de especialista em Medicina Intensiva AMIB/AMB. O especializando só poderá registrar-se no CRM como especialista em Medicina Intensiva após aprovação na prova de título da especialidade realizada pela AMIB/AMB.
O acesso do candidato a um PEMI-AMIB pode ocorrer de duas formas:
- Acesso Direto (ao termino da graduação em medicina) – PEMI-AMIB de 3 anos. Este tipo de de programa de especialização tem feito crescer bastante a procura pela espacialidade por possibilitar ao egresso da graduação em medicina o acesso a formação na especialidade.
- PEMI-AMIB com duração de 2 anos para o candidato que tenha concluído Residência Médica- MEC ou Programa de Especialização reconhecido pela respectiva sociedade nas áreas de Clinica Médica, Anestesiologia, Cirurgia, Pediatria, Neurologia, Infectologia ou Cardiologia.
Os especializandos dos PEMIs habitualmente também recebem bolsa com valor variável conforme o Centro Formador.
A pós-graduação lato senso é um curso de atualização médica e não de formação médica sendo um programa essencialmente teórico. Portanto, a conclusão da pós-graduação latu senso, per si, não habilita o candidato a inscrever-se na prova de título.
Existem diversos programas de residência médica MEC e PEMI em centros formadores credenciados pela AMIB. Para mais informações visite o site da AMIB: www.amib.org.br
Fonte: Paciente Grave